sexta-feira, 18 de setembro de 2015

História da semana #106: Esperança no amanhã - Parte 01

Diário de guerra: Dia 01

Meu nome é Heldade, sou um general do exercito dos hebreus. Não sei se um dia alguém lerá isso, mas vamos lá. Eu nasci na tribo de Naftali, no norte do reino de Israel. Você deve estar se perguntando o porquê de eu estar registrando isso. Bem, como disse, sou um oficial de auto escalão do exército hebreu, o exército do Deus vivo, o Senhor dos Exércitos. Com certeza você já ouviu falar, mas, enfim, hoje eu fui convocado por Baraque, líder do exército para uma guerra. Vou registrar isso porque, sinceramente, não espero sair vivo desta vez. Do outro lado, há um exército imenso.

Ele é maior que o nosso, possui 900 carros de guerra, escudos e lanças, além de espadas, importadas do Egito e fabricadas por lá mesmo, nós temos algumas espadas e, bem, só isso. Você já sabe que temos Deus, o Eu Sou que libertou um povo da escravidão do poderoso Egito e abriu um rio para que passássemos. Ele poderia nos ajudar, mas existe um fato de que não falei e que, acho eu, é importante para o entendimento dos fatos: Ele se afastou de nós, ou melhor, nós nos afastamos dEle. Desde que Josué e Eleazar, sacerdote morreram o povo abandonou Deus. Josué foi um general e líder espiritual do povo que nos conduziu na conquista do território de Canaã. Com ele, meus antepassados derrotaram poderosos reis e exércitos, Deus estava com eles. Quando Josué morreu, o povo se dividiu em tribos que foram habitar territórios e parou as campanhas militares. Com o tempo foram se afastando de Deus e se aproximando das divindades cananeias. Isso os levou a derrotas em batalhas e perda de territórios, até que foram totalmente escravizados. De vez em quando surge um líder no povo que promove uma reforma espiritual no povo e os leva a recuperar as perdas, mas desta vez acho que isso vai ser difícil. Eu sigo a Deus, mas faço parte de uma minoria. Se existe alguém capaz de promover reformas é aquela profetisa de Betel, Débora, mas, pode até me chamar de machista, não acho que ela possa fazer o que Eúde fez a anos atrás, na verdade tanto faz. Há vinte anos que Jabim, rei cananeu de Hazor e Sísera, general, mandam em Israel e isso não parece que vai mudar agora. Agora vem aquele clichê, se você está lendo isso é porque eu estou morto, é a mais pura verdade. Agora deixe-me dormir, amanhã tenho um longo itinerário de guerra.

Diário de guerra: dia 07

Ás vezes me pergunto o porquê de estar aqui e não largar tudo. Não mereço estar aqui. Eu sou fiel a Deus e tenho mulher e filho para alimentar, embora a guerra seja a minha vocação, não vou conseguir nada além de morte. Hoje perdemos a primeira batalha, tenho sorte de estar vivo. Nosso exército foi destroçado.

Diário de guerra: Dia 25

Minha barba está por fazer, estou escondido em uma caverna da fronteira com mais dois de meus homens, sinceramente, não sei se sobrou mais algum do exercito. O poder militar de Sísera é admirável, pena que ele esteja do lado errado. Ou será eu que luto do lado errado? Hoje, ao ver o povo de Deus ser esmagado no campo de batalha fiquei refletindo sobre a veracidade de Eu Sou. E se forem apenas histórias fictícias ou obras do acaso, ou de um deus estrangeiro? Deus não parece estar recompensando os que são fiéis a ele. Eu dou 10% da minha colheita a Ele e olha onde estou agora!

Diário de guerra: Dia 26

Fico feliz por saber que outros homens estão vivos, mas ainda me pergunto se Deus existe. Baraque não quer recuar de jeito nenhum, mas tem medo de avançar, pelo jeito vamos ficar escondidos por um bom tempo.

Diário de guerra: Dia 68

Estou furioso. Aquele Baraque é um louco! Já fazem mais de dois meses que estamos em guerra e nada. Agora, após receber uma mensagem de Débora, aquele louco quer ir até Betel para consultar-se com ela. Ela vai mentir a ele, Deus não vai nos ajudar. Ainda por cima, eu terei de ir até Betel com Baraque falar com a profetisa.

Diário de guerra: dia 72

Estamos na estrada. Eu, Baraque e outros sete soldados estamos quase chegando ao acampamento de Débora entre Betel e Ramá. Vamos ver no que isso vai dar.

Diário de guerra: Dia 73

Hoje chegamos no acampamento de Débora e Lapidote, seu marido. É impressionante como as pessoas daqui a respeitam e a escutam. Dezenas vem diariamente até aqui para se consultar com a voz de Deus. Ela é como um oráculo que fala aquilo que Deus pede, uma profetisa, além disso é uma líder do povo. Como é possível que tanta gente acredite que Deus as ouvirá, será que não se tocam que  somos escravos daqueles que Ele prometeu que dominaríamos. Amanhã ela vai nos receber e dará conselhos a Baraque.

Diário de guerra: Dia 74

A meditação de hoje, dirigida por Lapidote, foi reconfortante. Ele falou sobre fé e sobre como Deus faz milagres e que tudo melhorará. Contou a história de José, isso me deu esperança novamente. Você deve estar se perguntando sobre como foi com Débora. Bem, ela é muito simpática, uma jovem alta e esbelta, apesar da idade fala com autoridade. Ela deu instruções a Baraque que serão passadas a nós outros amanhã. Nessa agitação o que me conforta é a fé da vitória. Estou reanimado, a esperança tomou conta de mim. Débora disse que a vitória está garantida por Deus aos hebreus, isso me enche de esperança. Amanhã é sábado e passaremos o dia em adoração a Deus aqui no acampamento. Hoje vou dormir tranquilo, pois Deus nos trará libertação é só esperar.

Continua na próxima semana.   

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