segunda-feira, 26 de maio de 2014

Desvendando a Arca

Carlos Seribelli
Pesquisar o formato do navio construído por Noé é motivo de piada para os céticos, de curiosidade para as crianças e de esquentar a cabeça para teólogos e cientistas criacionistas. Afinal, a Bíblia dá pouquíssimos detalhes sobre a embarcação que salvou os ancestrais do ser humano e dos animais. Portanto, reconstruir a arca envolve um pouco de imaginação e especulação. No século 15, ela já foi retratada como uma caravela, mas hoje as opiniões se dividem entre a forma de caixa e de baú flutuante. Confira o que temos disponível.

Migração

Por ordem de Deus, pares dos ancestrais de todos os vertebrados terrestres – aqueles que caminham sobre a terra e respiram pelas narinas – entraram na arca (Gn 7:22). Ficaram de fora animais marinhos, vermes, insetos e plantas. Desses tipos básicos de cada família, descenderam os gêneros, espécies e raças que temos hoje. Essas mudanças morfológicas dependeram de fatores como grau de isolamento genético, quantidade de estresse ambiental e tempo.

Espaço para todos

Com 150 m de comprimento, 25 de largura e 15 de altura (Gn 6:15), os quase 11 mil animais que embarcaram, precisavam de 7.800 m3 de espaço, ou seja, 14% do volume da arca. Se os animais fossem filhotes, sobraria mais espaço ainda.

Comida, água e luz

Noé estocou comida para sua família e os animais (Gn 6:21,22). Quanto à água, provavelmente, eles canalizaram a da chuva. Para iluminar e ventilar a arca, Noé fez uma janela comprida e com meio metro de altura (Gn 6:168:13).

Sob medida

Segundo o estudo do engenheiro coreano Dr. Seon Hong, as proporções da arca deram ao barco três características muito importantes: estabilidade, conforto e resistência. Mas, sem a proteção de Deus, nenhuma estrutura aguentaria uma catástrofe global.

Zoológico flutuante

A arca tinha três andares, tavez interligados por rampas afastadas do centro do casco, onde as tensões eram maiores. Por questões logísticas, os mamiferos maiores devem ter ficado no primeiro piso. Por causa da temperatura baixa, esse andar inferior pode ter facilitado que alguns bichos hibernassem. Os animais foram separados por compartimentos (Gn 6:14), ou seja, jaulas e ninhos.

Terra à vista

Depois de 150 dias à deriva, a arca novamente voltou a tocar a terra. No caso, a cordilheira do Ararate, no leste da Turquia, região formada por montanhas de até 5 mil metros de altura e cobertas de neve. Os sobreviventes esperaram mais 121 dias para sair do navio.

Navio cargueiro

A arca é uma das maiores embarcações de madeira de que se tem notícia. Feita de cipestre (gôfer) e revestida de betume (Gn 6:14), em porte, é comparável a um navio de carga atual. Demorou 120 anos para ficar pronta (Gn 6:3) e foi o bote salva-vidas de oito pessoas, todos da família de Noé (1Pe 3:20).
Muitos acreditam que se a arca fosse achada, o relato bíblico do Dilúvio ganharia mais credibilidade. Pode até ser. Mas o que não merece confiança são os documentários e boatos falsos que afirmam que ela já foi encontrada. O fato é que os cristãos não precisam de provas irrefutáveis, muito menos das duvidosas, para crer na Palavra de Deus. Isso não significa que a crença no sobrenatural é a negação da racionalidade, mas o reconhecimento de que intervenções além da nossa compreensão podem mudar a realidade que conhecemos.
Fontes: Criação (SCB, 2007), de Alexander vom Stein, págs. 60 a 84; O Mundo já foi Melhor (CPB, 1992), de Harry J. Baerg, págs. 27 a 32; História da Vida (CPB, 2011), de Michelson Borges, pág. 80; Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 1 (CPB, 2011), pág. 241; revista Answers, de abril-junho de 2007 (answersingenesis.org/articles/am/v2); e sites evidenciasonline.org e worldwideflood.org.
Fonte: Conexão 2.0.

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