sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

História da semana #122 - Cristo vive em mim

As dificuldades enfrentadas pelos cristãos primitivos em suas primeiras décadas foram das mais diversas. Questionando o panorama religioso do Império Romano, os cristãos revolucionaram o mundo, mas não sem antes enfrentarem ódio, crises teológicas e perseguições. Entre os que mais colaboraram para o espalhar da mensagem foi Paulo. Pioneiro em pregar e converter gentios, ele viajou por toda Europa e por parte da Ásia falando de Jesus e dando esperanças para um mundo devastado. Infelizmente, Paulo foi perseguido preso e morto por sua fé. Em seu legado, vemos não só um mundo em que a mensagem chegou a muitas pessoas, mas também vemos pessoas transformadas. A história que veremos hoje é fictícia, mas com certeza representa milhares de vidas transformadas pela fé.


Um vulto surge entre a multidão. Um manto escuro cobre sua face, apesar disso, seu aspecto físico o denunciava, ele não possuía mais que uns 18 anos. Ele se misturava entre a diversas pessoas que se encontravam na praça daquela típica cidade do primeiro século. Se encontrava no Império Romano, em uma região próxima ao Peloponeso, na Grécia. A pequena sinagoga da cidade, construída para abrigar cultos pequenos para os poucos judeus da região não comportaria tamanha quantidade de pessoas que queriam ouvir o missionário. Aquele seria um ótimo lugar para se esconder. Parado ali, ele tentou ser o mais discreto possível. Sentou-se no chão como muitos ali e ficou fingindo prestar atenção. Logo percebeu a presença de muitos soldados romanos e questionou a si mesmo sobre a segurança do local. Mesmo assim ficou parado, sair agora chamaria a atenção dos guardas que o procuravam. Mesmo sem prestar atenção, logo o jovem foi fisgado pelas palavras do missionário. A história dele era inacreditável. Ele também falou de Jesus, um homem aparentemente comum da Galileia que pregou uma nova mensagem de esperança para o mundo. Segundo o pregador, Jesus morreu por todos do mundo para que eles tivessem a oportunidade de viver para sempre no paraíso. Aquele jovem já havia ouvido falar do paraíso, mas era algo diferente. Aquilo chamou muito sua atenção. O missionário também falou sobre outras coisas, entre elas uma chamou a atenção: "Eu era um perseguidor dos seguidores de Jesus, matava-os, mas eis que Ele apareceu para mim e eu aceitei sua mensagem. Eu um perseguidor, agora sou um espalhador. Não haveria nenhuma chance para mim, mas eis que me entreguei a graça de Jesus e agora já não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim." Aquilo chamou a atenção do jovem. Ao apelo do pregador, muitos se levantaram e resolveram conhecer mais sobre Jesus, aquele adolescente misterioso também se levantou. Logo foi visto pelos soldados e teve que fugir, mas a mensagem sobre Jesus nunca saiu de seu coração. Se houve redenção de um perseguidor, poderia haver de um ladrão como ele. Naquela noite, em seu pequeno covil onde se escondia, ele resolveu ir em busca de Jesus, os deuses gregos nunca o fizeram nada, quem sabe sua sorte mudasse com esse tal de Jesus. Buscou informações pela cidade e descobriu que o missionário havia deixado a cidade, mas deixara um discípulo seu para continuar a pregar. Todas as semanas o jovem ia as reuniões que se tornaram secretas, afinal os gregos e os judeus temiam os efeitos da nova religião. Logo aquele jovem chamou a atenção do discípulo do missionário. Um dia, ele o perguntou se ele desejava se batizar. O jovem ficou maravilhado. Nas últimas semanas havia ouvido sobre a graça maravilhosa de Cristo e agora tinha a oportunidade de recebe-la. Aceitou e logo foi batizado para uma nova vida, não de ladrão, mas de cristão. Seu interesse na mensagem o levou a aprender cada vez mais e de se aproximar do discípulo. Logo ele manifestou o desejo de também ser missionário. Mesmo sendo muito jovem, seu desejo foi concedido. O discípulo falou com um amigo seu que pregava na Itália, em uma região com pouco alcance da mensagem. Lá havia muita perseguição aos cristãos, mas o jovem não temeu isso. Em poucas semanas ele juntou dinheiro e alimento e partiu para a Itália. Lá se encontrou com o novo pregador e juntos eles pregavam na região. Apesar do esforço, poucas pessoas se convertiam a mensagem, os hábitos dos gentios convertidos pareciam não mudar. Além disso, constantemente muitos abandonavam a nova fé frente as constantes perseguições feitas aos cristãos na região. Faltava apoio da Igreja em Jerusalém, mas era muito arriscado investir naquela região. Logo, o jovem percebeu que se o povo da cidade tivesse acesso a alguns manuscritos judaicos e algumas cartas e biografias a respeito de Jesus que vinham sendo escritas, os problemas seriam resolvidos. A igreja na cidade definhava e parecia sem esperança. Logo, o jovem apresentou sua ideia ao mentor, que logo reagiu: "Você está louco? É muito arriscado fazer isso, podemos ser presos!" A resposta do jovem foi a insistência:" Olhe para essas pessoas. Elas precisam aprender sobre Jesus ou serão condenadas e nunca ouvirão sobre a graça. Precisamos fazer isso. Eu já fui um ladrão, sei como trazer estas cartas sem ser pego." Frente a insistência do jovem, o pregador o ajudou a bolar um plano. A cerca de 10 KM dali passava uma estrada, uma rota comercial muito vigiada. Havia um mercador conhecido que passava por ali, ele vinha da Judeia. Poderia trazer os manuscritos em uma carroça separada. Ele seria pago antecipadamente para deixar que o jovem "roubasse" a carroça e a levasse até a cidade. Tudo teria de ser clandestino. Os contatos foram feitos e logo os manuscritos chegariam. Naquela noite, os soldados reforçariam a guarda na estrada, pois um rumor de atentado contra o imperador foi espalhado. Isso forçou o jovem a mudar os planos. Deixaria os manuscritos escondidos num bosque próximo e chamaria a atenção dos guardas, liberando caminho para outro levar os manuscritos até a cidade. Isso significava que ele seria preso, mas pelo menos o povo da cidade receberia a mensagem da salvação. Tudo foi estritamente planejado. O jovem teria exatos 3 minutos para pegar os manuscritos e os levar até o bosque, mais que o suficiente.
Ao chegar no mercador, o jovem fez o sinal combinado e retirou a carroça dos manuscritos. Ao vê-lo, o mercador iniciou um diálogo memorável:
- Ei garoto, você é muito corajoso em fazer isso. Vou falar de você para os líderes da igreja. Você será lembrado por muito tempo. Qual o seu nome?
- O meu nome não importa, eu já não vivo mais, mas Cristo vive em mim.

Naquela noite, o jovem foi preso e açoitado, mas não sem antes levar os manuscritos até o bosque em segurança. Graças a ele, diversas pessoas da região tiveram acesso a maravilhosa mensagem da graça redentora de Jesus Cristo.     

Nenhum comentário:

Postar um comentário