sexta-feira, 31 de julho de 2015

História da semana #100: O fim de um império

Chegamos hoje a centésima história da semana. Estamos sempre buscamos aperfeiçoar esses contos semanais. As verídicas histórias da Bíblia nos inspiram e nos confortam, o que buscamos é que elas confortem você também.

Daniel estava calmo em sua afastada residência. Estudava cuidadosamente as profecias dadas por Deus a ele. Em seu coração pulsava a esperança de um em breve retorno a sua terra natal. De repente, passos vindo do portão daquele pequeno palácio particular que tinha as janelas apontadas para as ruínas de Jerusalém interromperam o silêncio. Ao olhar pela janela reconheceu aquele rosto, embora envelhecido pelo tempo. A bela mulher que um dia já fora a melhor amiga de Daniel se aproximava junto a dois dos mais altos oficiais do Reino da Babilônia. Daniel sorriu e deu ordem para que entrassem. A preocupação no rosto da rainha Nitócris era visível, ao indagar sua amiga sobre a preocupação, ela exclamou:"Preciso que você vá até a cidade, meu filho precisa de sua ajuda!"
O profeta ficou preocupado. Aquela visita inesperada o fez lembrar do passado. Veio a sua mente a imagem de seu amigo Nabucodonosor, filho de Nabopolassar, o maior rei que a Babilônia já viu. Nabucodonosor nem sempre foi amigo de Daniel. Quando ambos eram jovens, de tenra idade, o rei saqueou Jerusalém, capital de Judá, terra de Daniel e o levou cativo. Mais tarde destruiria a cidade de Davi. Mesmo com as adversidades Daniel se tornou membro da corte do rei e o ajudou em muitas coisas, interpretando sonhos e revelando profecias. Nabucodonosor, com o tempo, passou a admirar Daniel e tornou-se seu grande amigo. Passou a adorar o verdadeiro Deus, o Deus de Israel, o Grande Eu Sou e elevou Daniel ao posto mais alto do reinado. Com o tempo, Nabucodonosor teve uma filha, Nitócris, uma linda garota. Daniel foi o mentor daquela garota. Ela aprendeu a admirá-lo e tornaram-se grandes amigos. Nitócris foi educada pelo pai e por Daniel na religião judaica, mas logo se voltou a Bel, Marduque e os deuses babilônicos. Em seu coração havia uma rnde dúvida, um confronto de deuses. Após a morte de Nabucodonosor, Evil-Merodaque, irmão mais velho de Nitócris e filho de Nabucodonosor assumiu o reinado. Em apenas dois anos ele conseguiu perder 30% dos territórios conquistados por seus gloriosos pai e avô. Negligenciou as ordens do profeta de Deus e os ensinamentos do pai e logo perdeu o reinado. Foi assassinado por Nergal-Sarezer, general do exército nos tempos de Nabucodonosor e que havia libertado Jeremias do cárcere. Ele assumiu o trono e casou-se com Nitócris. Devolveu Daniel ao cargo de conselheiro real e primeiro-ministro, mas o profeta ficou apenas alguns anos no posto e depois o deixou indo morar como ermitão num belo palácio no cume de um monte próximo a capital do reino. Após 17 anos de reinado, Nergal-Sarezer morreu de causas naturais sem deixar herdeiros. Após alguns meses de instabilidade política no reino, Nabonido, filho de um nobre babilônico e amigo pessoal do antigo rei casou-se com Nitócris e assumiu o reinado. Nitócris e Nabonido tiveram um filho que chamaram de Belsazar (Bel proteja o rei). Recentemente Nabonido, visando reconquistar os territórios perdidos por Evil-Merodaque e querendo conter uma possível rebelião medo-persa saiu em constantes campanhas militares. Além disso a batalha de Hásis, que durou seis anos, também tirou o sono do rei. Com tantas responsabilidades militares, o já velho rei passou a dividir seu reinado com seu jovem filho, Belsazar.

Agora, Daniel havia sido convocado por Nitócris, a rainha-mãe para ajudar Belsazar. Nitócris relembrou as constantes predições e interpretações de seu amigo no reinado de seu pai, sabia que ele era o único que poderia ajudar. O que aconteceu é que durante uma festa em consagração a algum deus babilônico, onde reinavam as orgias e bebedeiras, o rei Belsazar se exaltou, em condições nem um pouco aceitáveis para um governante, mandou que se trouxessem para exaltação, os utensílios saqueados por Nabucodonosor do templo de Jerusalém. Eram objetos dos mais variados e todos feitos de materiais nobres, como ouro e prata. Ao conversar com Daniel anos antes, Nabucodonosor descobriu a importância da reverência com as coisas de Deus e tratava como sagrados os utensílios. Os guardou em uma sala especial no palácio para que ficassem intocáveis. A santidade daqueles objetos foi passado de Nabucodonosor para Nitócris e de Nitócris e Nabonido para Belsazar, o jovem rei sabia da importância daqueles utensílios e ousou pegá-los. De repente um vento forte soprou na sala. Os candelabros desligaram, as músicas pararam e todos olharam sem ousar falar para um único candelabro próximo ao trono. Ele iluminava ma parede e uma mão escrevia nessa parede com caracteres estranhos, que lembravam um pouco o aramaico. O rei, antes um bêbado alegre, agora tremia de medo. Após a mão sumir, os servos voltaram a acender as luzes e logo todos os sábios, adivinhos, mágicos e ocultistas estavam ali. Sacerdotes de diversos reis também se encontravam na sala real. Belsazar, já sóbrio, não parava de tremer e oferecia as mais honradas recompensas para quem interpretasse corretamente os escritos da parede. Em meio aquela confusão, com orações, rituais e sacrifícios feitos a diversas divindades não só babilônicas, Daniel e Nitócris chegaram. A rainha chamou seu filho para apresentá-lo ao profeta:"Este é o homem de quem lhe falei", Belsazar olhou aquele homem trajado de forma elegante, mas simples. Sua feição judia, com o nariz e a pele entregando sua ascendência, além dos cabelos e barba longa (costume dos judeus na época), fizeram o rei torcer o nariz. A rainha continuou seu relato:"Ele tem o poder dos deuses, meu filho. Interpretou os sonhos de seu avô anos atrás e ficou famoso por isso."Daniel corrigiu a Nitócris:"Eu não tenho o poder de deus nenhum, sou apenas um homem nas mãos de Deus, que espalha suas revelações. Guarde seus presentes meu rei, não precisarei deles." Daniel foi passando pelos adivinhos e sacerdotes e chegou a inscrição. Se aproximou da parede, fez uma pequena prece e logo começou a lê-las. Falou quatro palavras em aramaico e então virou-se para o rei, dizendo:"Eu já tenho a interpretação!" Todos na sala olharam para o profeta. Daniel começou a falar:
- O Deus Todo-Poderoso deu o controle do mundo a Nabucodonosor, seu antecessor, ele reinou por todo o mundo, mas se tornou tão orgulhoso que foi derrubado de seu trono e colocado com os animais do campo. Ele só saiu dessa situação quando reconheceu o poder de Deus e passou a adorá-lo. Você, rei Belsazar, conhece a história e sabe a reverência que deve ter com Deus, mas negligenciou seus ensinamentos maternos, trazendo para deuses estrangeiros aquilo que é sagrado para Deus. Ofereceu holocaustos a todos os deuses do mundo, mas deixou o Todo-Poderoso Javé sem nada. Você fez pior que seus antepassados!
Naquele momento Belsazar sentiu uma pontada no coração, o que viria a seguir? Nitócris também sentiu um arrependimento por não ter educado seu filho nos caminhos do Deus de sua infância. Daniel continuou seu discurso:
- Mene, Mene, Tequel e Parsim ( Contado, Contado, Pesado e Dividido em aramaico). Deus contou os dias de seu reinado e terminará com eles. Você foi pesado na balança divina e achado em falta. O seu reino será dividido entre os medos e os persas!
Belsazar e todos na sala não ousaram questionar Daniel que foi direto para sua residência, sem aceitar os presentes do rei e a condição de primeiro-ministro.

Naquela mesma noite, algumas horas depois da festa e da interpretação de Daniel, Gobrias (possível outro nome de Dario), invadiu a cidade de Babilônia, capital do reino dos caldeus pelo rio que cortava a cidade e comandou um saque contra a cidade. O comandante medo que estava sob ordens de Ciro, o grande rei persa, matou Belsazar e seus principais comandantes. Ao saber do ataque medo-persa, Daniel aceitou ser conselheiro de Dario, pois sabia que aquilo era providência divina. Naquele mesmo ano, Ciro subjugou Nabonido no campo de batalha e tomou o controle de todo o reino dos caldeus, era o fim de um império mundial.

No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, Deus tocou em seu coração e ele ordenou que os judeus voltassem para Jerusalém e reconstruíssem a cidade. Daniel sabia que Deus estava no controle da situação.

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