sábado, 16 de maio de 2015

História da semana #92: O homem mais procurado da Palestina

"Não choverá na terra de Israel até que eu diga que que chova" eram as palavras que ecoavam na cabeça de Acabe naquela noite, não só naquela, mas nos últimos meses o pesadelo de Elias, o mais procurado homem da Palestina, falando as palavras para o rei o atormentavam. Já haviam se passado três anos desde que Elias pronunciara as poderosas palavras no templo de Baal. No início, Acabe, o rei de israel, pensou que tudo aquilo era bobagem vinda da boca de um falso profeta. Quando se completaram alguns meses de seca, Acabe disse a si mesmo que era uma coincidência, quando a seca alcançou dois anos ele finalmente cedeu e acreditou em Elias. Mas não se arrependeu dos pecados que o levaram aquela condição, em vez disso, intensificou a caça a Elias, pedindo o apoio de Sidom (principal aliado, cujo rei era sogro de Acabe) e de outras cidades-estado da Fenícia próximas. Elias tinha uma recompensa imensa sobre sua cabeça, afinal era o único que poderia fazer chover novamente.


Quando a seca completou três anos, o conselho real decidiu que o pouco de água e comida estavam proibidos de ser dados a animais, os cavalos, bois, ovelhas e camelos pereceriam. O povo já estava desesperado, afinal a seca os forçou a racionar comida, além disso seu gado e plantações estavam aniquilados, os israelitas não suportavam mais o cheiro dos cadáveres que se espalhavam pela cidade, todos mortos de fome. Nunca algo que não fosse uma guerra fez perecer tantos israelitas.

Um dia, atordoado com tal situação, Acabe saiu com seu exército em busca de comida para seus, agora, poucos animais. Ele dividiu o exército em dois, um comandado por ele e outro por Obadias, chefe do palácio e seu homem de confiança, mal suspeitava Acabe que Obadias era um fiel adorador de Jeová.

Pelos desertos de Israel, caminhava um homem alto e forte, aparentava ter uma idade média, por volta dos quarenta anos. Roupas de couro de animal e barba longa eram suas mais marcantes características. Ao passar próximo de um vilarejo, um papel com as letras hebraicas indicava uma ordem de prisão contra Elias de Tisbé, ele deu um sorrisinho maroto e prosseguiu até ser interrompido por uma voz adolescente que para ele se tornara marcante:"Elias, olha o que eu consegui para nós no vilarejo", dizia a voz cansada, mas feliz. Era um punhado de pão velho. Para aqueles dois andarilhos aquilo era um banquete. Logo anoiteceu e os dois montaram um singelo acampamento com uma fogueira.

Na busca por água, Obadias viu uma grande oportunidade de ir até as cavernas que escondera alguns profetas na ocasião que Jezabel, rainha de Israel, mandou exterminá-los. Chegando lá conseguiu informações importantes sobre a localização de rios não secos que poderiam ser de grande proveito para o reino. Ao ir em direção a esses rios, eis que duas figuras se notam no horizonte, ao se aproximar mais, Obadias reconheceu um dos dois, era Elias, seu amigo de longa data. Indicando algo aos soldados que o acompanhavam, Obadias deixou o batalhão sozinho e foi ao encontro dos dois. Expôs a situação a Elias, que se prontificou em dizer para chamar o rei até ele. Obadias não entendeu. Se Elias sabia de sua condição de procurado e do ódio que Acabe sentia por ele, por que se arriscaria de tal forma? Obadias e o próprio ajudante de Elias insistiram com o homem de Deus para que não fizesse isso, mas Elias sabia que havia chegado a hora de mostrar quem é o Deus de Israel. Logo que Obadias saiu de encontro ao rei, Elias pediu a seu ajudante mirim que fosse ao monte Carmelo e o esperasse lá junto do povo. O menino partiu.

No palácio, as notícias não eram animadoras, os rios de Israel estavam todos secos. Quando Obadias chegou, foi contar ao rei de suas "boas novas." O rei partiu imediatamente. Ao chegar ao local marcado, Elias já esperava o rei com um desafio: Me encontre no monte Carmelo com todo o povo e todos os profetas de Baal e Astarote amanhã e vou mostrá-los quem é o verdadeiro Deus de Israel.

No dia seguinte várias pessoas do povo que puderam ir ao monte se encontravam. Ainda era cedo, mas a esperança de que a chuva viesse após o acontecimento daquele dia enchia os corações israelitas. Lá pelas 9 horas da manhã todos estavam acomodados, inclusive Elias e os profetas fenícios. Elias se levantou e propôs o desafio ao povo e aos profetas pagãos. Cada profeta pediria a seu deus para que viesse fogo do céu e consumisse um sacrifício num altar. Se viesse fogo, ficaria estabelecido que aquele deus que mandasse fogo do céu seria o verdadeiro deus. O desafio foi aceito. Logo os profetas de Baal montaram seus altares e começaram suas danças e orações para o seu deus. Passaram horas naqueles rituais e nenhum um sinal do céu. Ao meio-dia algumas pessoas do povo começaram a deixar o local. Elias começou a caçoar dos adversários: "Orem mais alto, ele deve estar em meditação, dormindo ou comendo e não os ouviu, clamem mais alto." O povo riu, mas continuaram os ritos fenícios até a hora do sacrifício da tarde (por volta das três da tarde). Os profetas de Baal não aguentavam mais. Além de terem ficado de pé durante horas, tinham seus braços, pernas e peito com cortes do ritual. Alguns desmaiaram. Elias, então, foi fazer seu ritual. Após montar o altar, mandou que o encharcassem com água. O altar tinha doze pedras e uma valeta envolta. Elias discursou e então partiu para a oração. Segundos de apreensão e silêncio na multidão enquanto Elias orava, mas isso não durou muito. Logo que Elias começou a oração Deus mandou fogo do céu. Ao abrir os olhos, o profeta presenciou as pedras queimadas, o sacrifício e a lenha queimados e a valeta seca. O povo se ajoelhou e louvou a Deus, estava comprovado quem era o Deus de Israel.
Naquele dia os profetas de Baal foram presos e executados e voltou a cair chuva na terra. Acabe teve de aprender da forma difícil a lição de que Deus é mais poderoso que qualquer ídolo falso e abençoa os seus filhos que o adoram.

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