Ao vê-los Jesus disse: "Vão mostrar-se aos sacerdotes". Enquanto iam foram purificados.
Lucas 17: 14
Por que? Era a principal pergunta naquele grupo. Eram dez homens, conviviam juntos a alguns meses. Todos tinham uma semelhança, eram leprosos, a escória da sociedade. Apesar disso tinham personalidades diferentes, mas aprenderam a conviver juntos. Afinal, pra onde iriam? Expulsos de suas cidades, de seus empregos, de seus amigos, de sua família. Os arredores de Samaria parecera a eles um lugar bom para ficar, próximo a pior cidade os piores homens, diziam.
Enquanto isso Jesus e seus discípulos planejavam o curso da viagem. Sairiam de Cafarnaum e seguiriam até Jerusalém passando pelas cidades próximas ao rio Jordão, era o melhor caminho, percorrido pelos mercadores e viajantes de Israel. Isso estava certo para os discípulos. Não! Jesus definiu que iriam por Samaria.
-Mas mestre, é mais longo e perigoso ir por aí, passamos por Samaria e acho que devemos ir pelo Jordão.- Disse Pedro o líder entre os discípulos.
Todos pareciam concordar, mas Jesus estava decidido, passariam por Samaria, o local pagão, onde os habitantes eram vistos com maus olhos pelos judeus.
Voltando ao grupo dos leprosos, era quase noite, alguns garotos passavam e atiravam pedras e xingamentos. Eles discutiam diversas coisas até que um tocou no assunto de cura. As opiniões começaram a surgir na roda de conversa próxima a uma fogueira:
- Já se passaram tantos anos desde que a peste me tomou, acho difícil que um dia possa andar sem essas muletas, olhar para meu corpo sem chorar e rever minha filha.- disse um leproso, chorando ao lembrar dos bons momentos com a pequena filha, que agora, imaginava, era uma moça.
- Já eu tenho fé que um dia acordarei e levantarei normalmente. Parece difícil de acreditar, mas acho que é possível- disse outro, mais esperançoso.
- Como?- indagou o mais carrancudo do grupo- até parece que Elias viria e nos salvaria.
- Elias não, mas Jesus!- falou um que já fora marceneiro em Nazaré e conheceu Jesus na juventude e em sua volta a Nazaré- Ele diz ser o Messias e já curou muitos.
- E você acha que Jesus, caso seja o Messias, viria a Samaria?- respondeu o carrancudo.
- Eu não acredito em Jesus e muito menos em Deus, são todas fantasias criadas para nos iludir.- disse um ex- judeu fervoroso, líder na igreja, mas que largara a fé após as decepções na vida.
- Iludir não, trazer esperança!- exclamou o marceneiro.
- Além disso amigo não preciso citar todos os milagres na história de Israel, Abertura do mar vermelho, Davi derrota Golias, etc.- disse um fiel estudioso das escrituras- Creio em Deus e que ele pode me curar, mas não sei se acredito em Jesus.
- Lá vem você com suas histórias.- disse o ateu.
- Já eu até acredito em Jesus como Messias, mas não acredito que ele me curaria. Quando tinha uma vida fiz tanta coisa ruim, era cobrador de impostos, roubava dos outros, certa vez traí minha mulher, maltratei tanta gente, fui a festas, odiava religião, por que ele me curaria?- disse um.
- Eu estou no seu barco, não acredito em Jesus, mas mereço esse castigo, era ladrão e cheguei a matar pessoas, me arrependo tanto, ia a sinagoga, mas não dava bola pra isso.- disse um ex-ladrão, o mais machucado dos leprosos.
- Não sei o que pensar, sou um judeu normal, trabalhava numa vinha, ia a sinagoga todo sábado, amava minha família, não era rico, não era muito inteligente, mas me considero bondoso, sempre doava aos pobres, dava meu dízimo, mas fui acometido pela doença, agora não sei se acredito em Deus ou em sua bondade, nunca ouvi falar de Jesus.
Até ali nove leprosos haviam falado, num canto um samaritano, que a pouco se juntara ao grupo, era o mais jovem, não tinha mais que trinta anos, mas a aparência cheia de feridas o tornava feio. Ele, com certa vergonha resolveu falar:
- Não adoro o mesmo Deus de vocês, mas confesso que começo a ter esperança neste tal Jesus. Acho que deveríamos dar uma chance a ele, afinal piores não ficaremos e não há outro jeito de sermos curados, o que perderíamos se tentássemos ser curados por Jesus. Minha esperança é rever minha família e minha amada, estávamos noivos, mas a lepra chegou.
Todos olharam para aquele jovem, suas palavras tocaram seus corações, todos resolveram dar uma chance a Jesus, até mesmo aquele ateu acreditou que Jesus poderia curá-los.
- O único problema é: Como chegaremos a Jesus?- disse o carrancudo que agora parecia iluminado de esperança.
- Veremos isso amanhã- disse o estudioso.
Já era tarde da noite, eles ajeitaram seus surrados leitos no chão e antes de dormir aquele pai, o primeira a falar orou em voz alta:
- Senhor Deus, não temos certeza de sua existência, mas hoje resolvemos dar uma chance a ti, para nos curar. Se Jesus é realmente seu filho, faça com que de alguma forma cheguemos a ele. Temos fé em ti, mas não sabemos até quando resistiremos, já perdemos tantos companheiros pela lepra, se o Senhor existe nos cura e cuida, perdoa nossos pecados, amém.
Na manhã seguinte aqueles homens acordaram, fizeram seu desjejum e começaram a pensar em formas de ir até Jesus, não sabiam onde ele estava, nem como fazer trajetos longos em suas condições, mas a esperança da noite anterior tomava seus corações. Por volta do meio da manhã resolveram ir a beira da estrada esmolar uma fruta ou pão. Quando viram um grupo chegando pela estrada.
- Aqueles viajantes não parecem ricos, mas quem sabe nos dão água ou pão.- disseram.
De repente aquele marceneiro que vira Jesus reconheceu o Messias e não teve dúvidas da resposta de Deus, gritou: É Jesus!
Naquele momento os leprosos começaram a clamar por misericórdia, manteram-se a distância mais felicitaram-se quando Jesus parou e falou: Vão mostrar-se aos sacerdotes.
Os homens estranharam, por que mostrar ao sacerdote o corpo ferido, mas a fé deles era grande e decidiram ir ao sacerdote, quando corriam a cidade notaram que as coceiras cessaram, as pernas pisaram firme o chão, os braços vigorosos levantavam com facilidade o cajado, eles olhavam-se, tiravam os panos do corpo e viram mãos e braços limpos, era um milagre, estavam curados, todos criam em Jesus, pensavam em suas famílias, os filhos, as esposas, os amigos, um pedaço de comida, andar livremente, correram ao templo, não havia tempo a perder, mas o samaritano notou que alguma coisa faltava, agradecer a Jesus, ele parou, viu seus companheiros correrem a sua frente e correu, precisava alcançar seu salvador e agradecê-lo.
Quando o samaritano alcançou Jesus só pensava em uma palavra: obrigada.
Jesus se virou para ele e perguntou:
- Não foram curados dez, porque só um se apresenta? Não se achou um que louvasse a Deus, só esse estrangeiro? Vá meu amigo, sua fé o salvou.
Agora aquele estrangeiro só pensava em reencontrar sua amada em Samaria, depois, não importa o que aconteceria, pregaria a mensagem que Jesus é o Messias.
Lucas 17: 14
Por que? Era a principal pergunta naquele grupo. Eram dez homens, conviviam juntos a alguns meses. Todos tinham uma semelhança, eram leprosos, a escória da sociedade. Apesar disso tinham personalidades diferentes, mas aprenderam a conviver juntos. Afinal, pra onde iriam? Expulsos de suas cidades, de seus empregos, de seus amigos, de sua família. Os arredores de Samaria parecera a eles um lugar bom para ficar, próximo a pior cidade os piores homens, diziam.
Enquanto isso Jesus e seus discípulos planejavam o curso da viagem. Sairiam de Cafarnaum e seguiriam até Jerusalém passando pelas cidades próximas ao rio Jordão, era o melhor caminho, percorrido pelos mercadores e viajantes de Israel. Isso estava certo para os discípulos. Não! Jesus definiu que iriam por Samaria.
-Mas mestre, é mais longo e perigoso ir por aí, passamos por Samaria e acho que devemos ir pelo Jordão.- Disse Pedro o líder entre os discípulos.
Todos pareciam concordar, mas Jesus estava decidido, passariam por Samaria, o local pagão, onde os habitantes eram vistos com maus olhos pelos judeus.
Voltando ao grupo dos leprosos, era quase noite, alguns garotos passavam e atiravam pedras e xingamentos. Eles discutiam diversas coisas até que um tocou no assunto de cura. As opiniões começaram a surgir na roda de conversa próxima a uma fogueira:
- Já se passaram tantos anos desde que a peste me tomou, acho difícil que um dia possa andar sem essas muletas, olhar para meu corpo sem chorar e rever minha filha.- disse um leproso, chorando ao lembrar dos bons momentos com a pequena filha, que agora, imaginava, era uma moça.
- Já eu tenho fé que um dia acordarei e levantarei normalmente. Parece difícil de acreditar, mas acho que é possível- disse outro, mais esperançoso.
- Como?- indagou o mais carrancudo do grupo- até parece que Elias viria e nos salvaria.
- Elias não, mas Jesus!- falou um que já fora marceneiro em Nazaré e conheceu Jesus na juventude e em sua volta a Nazaré- Ele diz ser o Messias e já curou muitos.
- E você acha que Jesus, caso seja o Messias, viria a Samaria?- respondeu o carrancudo.
- Eu não acredito em Jesus e muito menos em Deus, são todas fantasias criadas para nos iludir.- disse um ex- judeu fervoroso, líder na igreja, mas que largara a fé após as decepções na vida.
- Iludir não, trazer esperança!- exclamou o marceneiro.
- Além disso amigo não preciso citar todos os milagres na história de Israel, Abertura do mar vermelho, Davi derrota Golias, etc.- disse um fiel estudioso das escrituras- Creio em Deus e que ele pode me curar, mas não sei se acredito em Jesus.
- Lá vem você com suas histórias.- disse o ateu.
- Já eu até acredito em Jesus como Messias, mas não acredito que ele me curaria. Quando tinha uma vida fiz tanta coisa ruim, era cobrador de impostos, roubava dos outros, certa vez traí minha mulher, maltratei tanta gente, fui a festas, odiava religião, por que ele me curaria?- disse um.
- Eu estou no seu barco, não acredito em Jesus, mas mereço esse castigo, era ladrão e cheguei a matar pessoas, me arrependo tanto, ia a sinagoga, mas não dava bola pra isso.- disse um ex-ladrão, o mais machucado dos leprosos.
- Não sei o que pensar, sou um judeu normal, trabalhava numa vinha, ia a sinagoga todo sábado, amava minha família, não era rico, não era muito inteligente, mas me considero bondoso, sempre doava aos pobres, dava meu dízimo, mas fui acometido pela doença, agora não sei se acredito em Deus ou em sua bondade, nunca ouvi falar de Jesus.
Até ali nove leprosos haviam falado, num canto um samaritano, que a pouco se juntara ao grupo, era o mais jovem, não tinha mais que trinta anos, mas a aparência cheia de feridas o tornava feio. Ele, com certa vergonha resolveu falar:
- Não adoro o mesmo Deus de vocês, mas confesso que começo a ter esperança neste tal Jesus. Acho que deveríamos dar uma chance a ele, afinal piores não ficaremos e não há outro jeito de sermos curados, o que perderíamos se tentássemos ser curados por Jesus. Minha esperança é rever minha família e minha amada, estávamos noivos, mas a lepra chegou.
Todos olharam para aquele jovem, suas palavras tocaram seus corações, todos resolveram dar uma chance a Jesus, até mesmo aquele ateu acreditou que Jesus poderia curá-los.
- O único problema é: Como chegaremos a Jesus?- disse o carrancudo que agora parecia iluminado de esperança.
- Veremos isso amanhã- disse o estudioso.
Já era tarde da noite, eles ajeitaram seus surrados leitos no chão e antes de dormir aquele pai, o primeira a falar orou em voz alta:
- Senhor Deus, não temos certeza de sua existência, mas hoje resolvemos dar uma chance a ti, para nos curar. Se Jesus é realmente seu filho, faça com que de alguma forma cheguemos a ele. Temos fé em ti, mas não sabemos até quando resistiremos, já perdemos tantos companheiros pela lepra, se o Senhor existe nos cura e cuida, perdoa nossos pecados, amém.
Na manhã seguinte aqueles homens acordaram, fizeram seu desjejum e começaram a pensar em formas de ir até Jesus, não sabiam onde ele estava, nem como fazer trajetos longos em suas condições, mas a esperança da noite anterior tomava seus corações. Por volta do meio da manhã resolveram ir a beira da estrada esmolar uma fruta ou pão. Quando viram um grupo chegando pela estrada.
- Aqueles viajantes não parecem ricos, mas quem sabe nos dão água ou pão.- disseram.
De repente aquele marceneiro que vira Jesus reconheceu o Messias e não teve dúvidas da resposta de Deus, gritou: É Jesus!
Naquele momento os leprosos começaram a clamar por misericórdia, manteram-se a distância mais felicitaram-se quando Jesus parou e falou: Vão mostrar-se aos sacerdotes.
Os homens estranharam, por que mostrar ao sacerdote o corpo ferido, mas a fé deles era grande e decidiram ir ao sacerdote, quando corriam a cidade notaram que as coceiras cessaram, as pernas pisaram firme o chão, os braços vigorosos levantavam com facilidade o cajado, eles olhavam-se, tiravam os panos do corpo e viram mãos e braços limpos, era um milagre, estavam curados, todos criam em Jesus, pensavam em suas famílias, os filhos, as esposas, os amigos, um pedaço de comida, andar livremente, correram ao templo, não havia tempo a perder, mas o samaritano notou que alguma coisa faltava, agradecer a Jesus, ele parou, viu seus companheiros correrem a sua frente e correu, precisava alcançar seu salvador e agradecê-lo.
Quando o samaritano alcançou Jesus só pensava em uma palavra: obrigada.
Jesus se virou para ele e perguntou:
- Não foram curados dez, porque só um se apresenta? Não se achou um que louvasse a Deus, só esse estrangeiro? Vá meu amigo, sua fé o salvou.
Agora aquele estrangeiro só pensava em reencontrar sua amada em Samaria, depois, não importa o que aconteceria, pregaria a mensagem que Jesus é o Messias.
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