Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos.
O verso acima foi escrito pelo profeta Ageu, na ocasião em questão o povo de Judá voltava do cativeiro na Babilônia e estavam reconstruindo o Templo, mas entre tantas dificuldades que apareceram pelo caminho, um era a falta de recursos financeiros, esse percalço estava desestabilizando demais os construtores, então por meio do profeta Ageu, Deus quis passar para o povo a mensagem de que dinheiro não era problema, afinal toda riqueza pertence a Deus e ele supriria suas necessidades. Mas muitos pregadores modernos usam esse verso para justificar a tal da "Teologia da Prosperidade", uma "doutrina da moda" aqui no nosso país atualmente. Mas essa teoria teria algum sentido? Será que Deus promete posses e realização financeira aqueles que o aceitarem como salvador? A uma história bíblica que ilustra bem isso.
Já eram quase três horas da tarde, ou como diziam os gregos, hora nona (afinal amanhecia as 6 da matina), o sol era bastante quente afinal estavam em uma região próxima a desertos e conhecida pelo calor, felizmente a sombra das árvores e da grande construção ali a frente. O grandioso Templo de Jerusalém, ou melhor sua entrada, é o cenário da nossa história. Tentado acomodar-se ali um homem, meia-idade, cabelos e barba bastante bagunçados, sentado sobre um pequeno pano velho. Nos olhos era notável uma vida de tristezas e amargura, nas pernas o motivo da dificuldade, ele era aleijado de nascença, além de superar suas limitações físicas ele tinha de superar o preconceito dos outros que o viam como um pecador. Ele achava que todos os fieis que visitavam o templo para realizar as cerimonias iriam ser generosos com ele e dariam uma quantia em moedas para ajudá-lo nas necessidades, ele não era o único ali, haviam mais como ele, com diversas necessidades especiais. Mas naquele dia em especial era ele quem Deus queria usar para evangelizar.
Após acomodar-se no chão ele avistou dois homens, eles davam a entender que iriam adentrar o pátio do templo pela porta Formosa. Achando que aqueles homens fossem lhe dar o que queria ele já foi ensaiando o pedido desesperado. Ele não os conhecia, mas não imaginava que os líderes dos judeus os conheciam muito bem. Eram Simão, também chamado Pedro e João, filho de Zebedeu e irmão de Tiago. Eles eram dois pescadores da Galileia, mas haviam ganhado fama nacional por andar com Jesus e depois de sua ascensão aos céus pregavam sobre ele.
Pedro e João eram homens bastante humildes, e sua aparência não escondia isso, mas para aquele pobre pedinte qualquer esmola já era muita coisa. Os dois homens pareciam inspirados, aparentavam ter uma paz de espírito e serem ótimas pessoas. Eles se aproximaram da entrada e o mendigo já foi se agitando em seu interior, ele já havia feito aquilo diversas vezes, mas daquela vez ele sentia que algo muito especial aconteceria. Quando os homens passavam em sua frente ele exclamou "por favor senhores, uma esmola para esse pobre aleijado", os apóstolos pararam e ficaram o observando, isso era normal, o homem esperou que sentissem pena dele, mas já aquilo já havia passado do normal, ele ficou sendo observado de perto por bastante tempo. Seriam eles estrangeiros e não entenderam o que lhes disse? pensou, mas seu olhar não era de dúvida eram um misto de seriedade e compaixão. Será que eles iriam agredi-lo? Mas não, finalmente os dois homens se olharam, um deles, João, fez sinal com a cabeça para que o outro falasse. então Pedro disse "Nós não temos prata nem ouro...", uma grande dúvida tomou conta daquele homem ele também sentiu um pouco de raiva, mas o término da frase o surpreenderia, "mas o que tenho, lhe dou, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda." O homem ficou um pouco confuso, mas sentia nas suas pernas uma sensação que nunca havia sentido antes, ele sentiu força, sentiu esperança e tomou coragem de se levantar e então o milagre aconteceu. Ele se levantou e começou a andar e saltar, então entrou junto com seus benfeitores no templo e começou a louvar a Deus.
Bem isso nos leva o um veredito, Deus não promete que se os seguirmos receberemos riquezas e posses, mas mais do que isso, receberemos a cura e a paz. Se estamos pobres ou ricos temos de louvar a Deus, afinal ele só quer o nosso melhor.
Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
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