O Homem de têmporas grisalhas olhava o horizonte com orgulho. Sabia tudo que havia conquistado em sua vida difícil, pensou em seu exército, em sua família e falou baixinho:"Obrigado Senhor."De repente, começou a lembrar de sua vida amarga, dos desafios colocados em seu caminho. Lembrou-se do dia mais triste de sua vida, sua expulsão do povo. Ele era jovem, tinha cerca de 15 anos, um jovem valoroso e trabalhador. O que motivou sua expulsão foi sua origem. Seu pai (que também se chamava Gileade) se envolveu com uma prostituta cananeia e Jefté foi o fruto desta relação pecaminosa. Mesmo sendo acolhido pela família de seu pai, seus irmãos e sua madrasta, além do resto do povo de Gileade, o odiavam. Jefté cresceu excluído, com poucos amigos, não foi educado religiosamente pela família e tudo que fazia era motivo de repreensão, ele se sentia deslocado. Aos 15 anos, com idade para viver sozinho, foi enxotado de sua cidade. Passou a vagar sozinho pelo reino, conheceu lugares incríveis, mas sentia um vazio imenso, sentia o desejo de ter uma família.Após uns dois anos vagando sem rumo, o jovem Jefté se estabeleceu em Tobe. Lá conheceu um senhor mais velho que liderava um pequeno grupo de excluídos da sociedade e estrangeiros. Eles eram peregrinos como Jefté. O homem, Jairo, já fora um homem comum, mas foi acusado falsamente de um assassinato, então fugiu com sua família. Com o tempo ele conheceu alguns soldados moabitas desertores, os quais se juntaram a ele na peregrinação. Jairo os educou espiritualmente, os convertendo para Jeová. Com o tempo, mais homens, como Jefté, se juntaram ao grupo. O ancião Jairo os comandava por batalhas e saques por toda a Palestina, onde buscavam apenas mantimento. Em determinado tempo, eles se estabeleceram próximos a Tobe. Jairo tinha uma filha linda, por quem Jefté se apaixonou, eles mais tarde se casaram. Jairo também ensinou a Jefté a verdadeira face de Javé, o Deus dos hebreus. Jefté se converteu e passou a morar na colônia.
Alguns anos depois os amonitas invadiram a região, forçando o grupo a voltar para suas origens nômades. Durante a invasão Jairo, já velho, foi ferido e morto. Jefté, seu genro, foi escolhido pelos homens como seu sucessor e passou a comandar o grupo. As dificuldades os tornaram peregrinos sem destino, vagavam pelos desertos da Palestina sem rumo por longos períodos. O grupo crescia cada vez mais, o que os forçava a saquear cada vez mais vilas. Tornaram-se mercenários, cavaleiros do deserto, Jefté foi responsável por construir um dos maiores exércitos da Palestina. Sua fé em Deus o fez prosperar e novamente o grupo se estabeleceu em uma colônia. Jefté ficou famoso entre os israelitas, moabitas, amonitas e filisteus e seu segredo para a vitória, a fé em Deus, também. Os corajosos soldados de Jefté eram todos educados pela religião judaica. Jefté e a filha de Jairo tiveram uma menina e Jefté realizou seu sonho, teve uma família.
As recordações do homem de guerra foram interrompidas por seu escudeiro, que anunciou a chegada de homens de Gileade. A surpresa de Jefté foi grande e sua resposta foi dar o troco aos gileaditas. Ele se recusou a prestar seus serviços aos que outrora o odiaram. Mas a insistência dos conterrâneos para que ele comandasse suas tropas o fez aceitar. Se ganhasse dos amonitas, seria o novo governante da cidade que um dia o expulsou por ser filho de uma estrangeira. Jefté então mandou preparar as tropas, iria partir imediatamente para a batalha. A quilômetros dali, os amonitas partiam em direção ao campo de batalha.
Na próxima semana: O voto de Jefté e a batalha contra os amonitas
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