sexta-feira, 6 de junho de 2014

Os Herodianos 8: Agripa I

Os Herodianos de hoje tratará da vida de um dos últimos Herodes: Agripa I. Pedimos desculpas por ão termos postado antes.
Herodes Agripa I não foi um rei muito bom, apesar de ter reinado pouco e pouco ser citado nos documentos históricos e na Bíblia, podemos tirar algumas lições de sua vida.

Herodes Agripa I governou as províncias que pertenciam a Felipe e Antipas, foi um rei poderoso, apesar do pouco tempo de reinado, embora não haja relatos de rebelião e desaprovação do povo durante seu reinado, diferentemente dos
antecessores, podemos dizer como cristãos que ele não foi um bom rei. Pelo relato histórico-bíblico Agripa I impôs grande perseguição aos cristãos matando e prendendo os líderes, falaremos disso depois.
Historicamente falando, Agripa nasceu em 10 a.C. em 41 d.C. começou a reinar nas duas províncias que administraria até sua morte em 44 d.C. Era filho de Aristóbulo e Berenice, o pai era filho de Herodes, o Grande. Por desenvolver amizade com o imperador e o senado romano foi colocado no governo da Judéia no lugar de Lisânias, restabelecendo os Herodes no comando da região. Reinou por apenas quatro anos e morreu da mesma doença que o avô, trataremos de sua morte depois.
Quanto a perseguição que impôs ao primeiros cristãos, a Bíblia e os estudos históricos são categóricos ao falar de sua tirania para com os judeus, pelo que se sabe na Bíblia Agripa capturou Pedro e Tiago, dois discípulos de Jesus que lideravam a igreja na época. Matou Tiago irmão de João e mandou prender Pedro, este foi milagrosamente salvo quando um anjo o tirou da prisão. a Bíblia cita apenas estes dois, mas é provável que Lucas só tenha falado dos mais importantes, os estudiosos acreditam que diversos cristãos foram mortos durante o reinado de Agripa I.
Quanto a morte de Agripa os relatos de Lucas em Atos 12: 20-23 e os textos do historiador Flávio Josefo são as principais fontes. Ambos os textos contam a história em detalhes sem se contradizerem. Acompanhe agora os relatos de Lucas e de Josefo:
E ele estava irritado com os de Tiro e de Sidom; mas estes, vindo de comum acordo ter com ele, e obtendo a amizade de Blasto, que era o camarista do rei, pediam paz; porquanto o seu país se abastecia do país do rei.
E num dia designado, vestindo Herodes as vestes reais, estava assentado no tribunal e lhes fez uma prática.
E o povo exclamava: Voz de Deus, e não de homem.
E no mesmo instante feriu-o o anjo do Senhor, porque não deu glória a Deus e, comido de bichos, expirou.
Atos 12:20-23


"No terceiro ano do seu reinado ele celebrou na cidade de Cesaréia, que antigamente era chamada a Torre de Estratão, jogos solenes em honra do imperador. Todos os grandes e toda a nobreza da província, reuniram-se nessa festa; no segundo dia dos espetáculos Agripa veio bem cedo, pela manhã, ao teatro, com uma veste cujo forro era de prata trabalhada com tanta arte, que quando o sol o iluminava com seus raios, desprendiam-se reflexos tão vivos de luz, que não se podia olhar para ele sem se sentir tomado de um respeito, misto de temor. Mesquinhos bajuladores, então, com palavras melífluas que destilam veneno mortal no coração dos príncipes, começaram a dizer que até então haviam considerado seu rei, como um simples homem, mas que agora viam que o deviam reverenciar como um deus, rogando-lhe que se lhes mostrasse favorável, pois parecia que ele não era como os demais, de condição mortal. Agripa tolerou essa impiedade, que deveria ter castigado mui rigorosamente. Mas, logo levantando os olhos, viu uma coruja, por sobre sua cabeça, pousada numa corda estendida no ar e lembrou-se de que aquela ave era um presságio de sua infelicidade como outrora tinha sido de sua prosperidade. Soltou, então, um profundo suspiro e sentiu, ao mesmo tempo, as entranhas roídas por uma dor horrível. Voltou-se para seus amigos e disse-lhes: “Aquele que quereis fazer acreditar que é imortal, está prestes a morrer e essa necessidade inevitável não podia ser uma mais pronta convicção de vossa mentira. Mas é preciso querer tudo o que Deus quer. Eu era muito feliz e não havia príncipe de quem eu devesse invejar a felicidade”. Dizendo estas palavras, sentiu que as dores cresciam cada vez mais; levaram-no ao palácio e a notícia espalhou-se imediatamente, de que ele estava prestes a exalar o último suspiro. Logo todo o povo, com a cabeça coberta de um saco, segundo costume de nossos pais, fez oração a Deus pela saúde e todo o ar ressoou com gritos e lamentações. O príncipe que estava no quarto mais alto do palácio, vendo-os de lá, prostrados por terra, não pôde reter as lágrimas; as dores, porém, continuaram por cinco dias a fio e o levaram, aos cinqüenta e quatro anos de sua vida, sétimo do seu reinado, pois reinara quatro sob o imperador Caio, nos três primeiros dos quais ele só tinha a tetrarquia, que fora de Filipe, e no quarto, acrescentaram-lhe a de Herodes; nos três anos em que reinou sob Cláudio, esse imperador deu-lhe também a Judéia, a Samaria e Cesaréia. Mas, embora suas rendas fossem muito grandes, ele era liberal e tão magnânimo que era obrigado ainda a pedir emprestado".
(JOSEFO, F. História dos Hebreus, p. 453).



Deu para notar que os relatos não se contradizem. O que podemos tirar de lição da história de Agripa I é que nunca devemos brincar com Deus, desobedecer seus mandamentos ou atrapalhar sua obra também percebemos que Agripa I morreu por se achar Deus, ele não era e errou ao pensar que poderia se igualar Ao Soberano de Judá. O que notamos no decorrer da série é que praticamente todos os Herodianos cometeram o mesmo erro e nenhum se arrependeu, que possamos não cometer os mesmos erros e se cometemos que tenhamos a coragem e a humildade de pedir perdão a Deus.

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