sexta-feira, 6 de junho de 2014

História da Semana #47: Dinastia de Judá 4: Curando feridas antigas

Estamos hoje com a nossa quarta história da série Dinastia de Judá, que aborda a vida de vários reis de Judá, de Ezequias a Zedequias. Nas últimas histórias nós vimos um pouco sobre o rei Ezequias, sua ascensão ao trono, a limpeza do reino, sua milagrosa vitória e cura e seu conturbado fim de reinado. Agora vamos estudar um pouco sobre seu filho Manassés, tido por muitos como o pior rei que Judá já teve. Lembrando que a série usa como fonte a bíblia, algumas informações históricas e a imaginação do escritor, sem nenhuma desrespeitar a outra.


O jovem Manassés tinha doze anos quando começou a reinar ele cresceu após a cura milagrosa de seu pai e conviveu vendo os altos e baixos do fim da vida do rei Ezequias, além disso é provável que tenha sofrido influência pagã, pois Ezequias não percebia mais que o paganismo crescia em Judá. Quando Ezequias estava velho e começando a se desviar de Jeová, a Assíria começou a se aproveitar, foi conquistando pequenos territórios, derrotou todos os países da região. Quando Manassés subiu ao trono os espiões assírios logo enviaram mensagens ao rei:
- O rei tem 12 anos, é fraco inexperiente e não consulta muito a Jeová, prefere adorar a vários deuses diferentes e o profeta Isaías, o que profetizou contra Senaqueribe ainda não foi procurado pelo rei, achamos que você deve se preparar para atacar.
Ezequias e Manassés não perceberam, mas os assírios se infiltraram nos conselheiros soldados e no povo.
O rei da Assíria mandou preparar o exército, logo que pronto os soldados partiram em direção a Judá. Logo que chegaram conquistaram cidades fronteiriças e meteram medo na população. Os mensageiros do rei assírio foram em direção a Jerusalém e entraram triunfantes em grandes cavalos foram em direção do palácio real e falaram rispidamente ao ainda adolescente Manassés:
- O rei da Assíria diz: Manassés, seu Deus não é páreo para a grande Assíria e seus deuses! Renda-se ou enfrentará as consequências de se opor ao grandioso rei da Assíria.
Manassés nem pensou em pedir um tempo, não quis chamar seus conselheiros, muito menos ao profeta. Ele foi claro ao se render e entregar o reino a Assíria, nem orou a Deus ou se lembrou da vez que seu pai subjugou os assírios, era inexperiente, não sabia tomar decisões. Os mensageiros assírios falaram as condições de rendição e impôs impostos altos a Judá.
Manassés cresceu, foi se entregando cada vez mais aos deuses pagãos, começou a adorar os deuses assírios em buscas de vitórias, além de se entregar a deuses de nações vizinhas, parecia que as vitórias não vinham, adorava a todos, com o tempo parou de adorar a Jeová, cancelou a limpeza anual do templo, construiu diversos postes idólatras em Jerusalém, fez rituais com sangue, sacrifícios, se envolveu com médiuns e aprendeu feitiçaria, ele queria a qualquer custo a vitória e tinha que agradar os deuses e reis assírios, por isso perdeu a noção do certo. Quanto a suas atividades militares, ele mandou diversos soldados de Judá para morte em batalhas sem estratégia, mandou soldados para Assíria e chegou a financiar, pela tradição histórica, um templo na Assíria para os deuses assírios, tudo isso para conquistar a confiança de seus suseranos, mas a vitória não vinha, o reino foi na onda do rei, não tinham uma raiz com Jeová e facilmente se desviaram dos caminhos de seu Deus. Manassés, segundo a bíblia não deu ouvidos aos profetas, pela tradição chegou a cerrar ao meio o profeta Isaías, por não o apoiar em suas adorações, Manassés foi terrível, matou seus filhos em sacrifício e tudo pela vitória, mas esta não vinha (aqui eu abro um parênteses: será que não estamos fazendo o mesmo? Será que não estamos pecando e fazendo de tudo pela realização pessoal? Será que não estamos apostando, roubando, mentindo, faltando a igreja para uma suposta vitória? Será que a vitória que buscamos cometendo esses erros é verdadeira? Será que a nossa suposta vitória não é o céu, a felicidade, a família e sim o dinheiro ou o prazer momentâneo? Será que não estamos pecando e desobedecendo a Deus para satisfazer alguém? Reflita nisso).
Manassés continuava a fazer coisas horríveis, ele irritou profundamente a Deus, eu imagino o príncipe Amom, nasceu vendo o pecado de seu pai, se escondendo toda vez que este pegava um filho para sacrificar, e aí nos perguntamos: Como é que Amom seria um bom rei?
Deus não aguentou ver seu reino em ruínas, sentia falta da verdadeira adoração e ouvia o clamor desesperado dos poucos que o seguiam. Finalmente Jeová agiu, Manassés tinha tido diversas oportunidades, só piorava e favorecia a Assíria, Deus então por algum motivo que nem a bíblia nem a história nos diz colocou os assírios contra Judá, talvez um novo rei que subiu ao trono e queria exterminar Judá, ou interferência divina na mente dos governantes assírios.
Os assírios chegaram a Jerusalém facilmente, das cidades que passaram, poucas ofereceram resistência. Quando entraram no palácio, sem mais nem menos começaram  destruir tudo, prendeu toda a corte real e boa parte do povo e no caminho de volta alastrou destruição nas cidades judias.
Manassés, então na cela da prisão, após sofrer ameaças de morte e ser açoitado, lembrou-se de uma parte da sua infância em que seu pai e sua mãe o levaram ao templo para adorar a Jeová, lembrou de quando matou os profetas, de cada templo pagão que construiu e de cada filho que sacrificou em vão, ele refletiu e percebeu que sua vida toda, todas as tentativas os últimos quase 50 anos de vida não serviram para absolutamente nada, só para destruir seu reino. Ele pensou consigo mesmo:
- Será que Jeová perdoaria alguém como eu? Alguém com tanto conhecimento, com tantas oportunidades e que as rejeitou, matou seus adoradores, destruiu seus decretos e fez tudo que era ruim? Ele lembrou-se de seu pai, viu Ezequias pecar e falhar várias vezes e Deus sempre o perdoou, mas Manassés era muito pior, lembrou da história de Sansão, que sua ama contava para ele dormir, Sansão cometeu muitos erros, mas foi perdoado, mas Manassés foi pior, ele matou seus filhos e profanou o templo, lembrou-se então do que o profeta Isaías falava que Deus perdoaria a qualquer um e que profetizava que veria alguém para perdoar todos os pecados. Manassés então convicto de  que tinha que condições, de ao mínimo pedir perdão, se entregou a Deus, orou, pediu perdão e decidiu que a partir dali adoraria somente a Deus.
Menos de uma semana depois, o carcereiro entrou na sela e disse a Manassés:
- Você está livre, o rei vai dar-lhe uma segunda chance.
Manassés encheu-se de alegria e se entregou a Deus. Na próxima semana veremos a reforma de Manassés, o breve reinado de Amom e ascensão de Josias.

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