sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

História da semana #125: Revolução

Vários dos líderes de Israel se encontravam reunidos numa sala escura. Não aguentavam mais o jugo imposto pelos moabitas e queriam uma revolução. A conversa era mais ou menos assim:
- O Eterno já manifestou seu apoio a Israel, devemos atacar.
- Tenho um plano, mas precisaríamos de alguém inteligente e astuto para dar certo.
- Quanto a isso, fiquem tranquilos. Eu conheço um jovem benjamita que com certeza se encaixa nestas condições. Seu nome é Eúde e O Eterno está com ele.

O reino de Israel era um conjunto de doze tribos que se dividiam em clãs e famílias, apesar disso, possuíam uma união diferente dos demais reinos da Palestina. Outrora, sua religião fora a adoração ao Eterno, uma divindade única que tem todo o Poder. Graças a Ele, Israel prosperou, mas não se sabe porque o povo se desviou dEle. Adorou falsos deuses da região e acabou nas mãos dos inimigos. Já se passaram dezoito anos da morte de Otoniel e da conquista do reino por Eglom, rei de Moabe. A estabilidade de Israel parecia condicional a adoração que prestavam ao Eterno, O Deus Invisível. Mergulhados em idolatria, os filhos de Israel se viam sob um pesado jugo imposto por Eglom. Israel caíra em ruína. Até agora. Um grupo de pessoas sempre conservou a adoração ao Eterno. Não aguentando mais os impostos, resolveram agir clandestinamente entre o povo, orientando-os a adorara ao Eterno, pois Ele traria livramento ao povo. Eglom tinha um medo terrível do Eterno. Sabia do poder manifestado diversas vezes em favor de Israel, por isso tratava de incentivar a idolatria. Se soubesse de grupos de adoração em Israel, mandava que os matassem. Entre os reformadores se encontrava um jovem soldado da tribo de Benjamim, seu nome era Eúde. Ele era um estrategista de primeira, mas possuía uma peculiaridade que dificultou seu aprendizado na arte da luta. Ele era canhoto. Algo banal, mas na época era difícil aprender a empunhar uma espada com a mão diferente da dos demais. Apesar disso, a astúcia de Eúde o mantinha sempre perto dos líderes. 
Um plano foi traçado. Um verdadeiro reavivamento se manifestava em Israel e Deus já havia falado por meio de profetas, garantindo livramento. Eúde era parte importante do plano. Ele, por ser astuto, passaria a ser o pagador de impostos do reino. Todo mês, alguém ía ao palácio de Eglom e entregava os impostos cobrados. Eúde iria uma vez para espionar a área. Era muito inteligente e ágil e poderia traçar rotas de fuga, observar o comportamento dos soldados e procurar esconderijos. Tudo correu como no plano original. No segundo mês Eúde teria de começar uma revolução.

Passado o tempo de um mês, Eúde se preparava para o momento mais importante de sua vida. Joshua, o mais hábil dos ferreiros israelitas, fizera uma espada de 50 centímetros para Eúde. Soldados de todos os cantos se dirigiam a Efraim para a batalha futura. Os líderes do povo subiram com Eúde até a montanha e de lá o aguardariam para o confronto derradeiro. Eúde vestia uma longa e escura túnica. Um capuz cobria sua face. Logo ele partiu, apenas o punhal e os servos carregando o imposto iam com ele. Chegando lá, os servos foram dispensados ao entregarem o imposto aos soldados, Eúde, como de costume, foi até a sala real e falou com o rei sobre os assuntos normais. Depois entretanto, fez algo atípico. Pediu para falar com o rei a sós. Eglom era muito gordo. Além disso, se convencia facilmente das coisas. Em sua cabeça imaginou que Eúde denunciaria uma revolta. Mandou que todos saíssem e ficaram ali apenas os dois. Eúde logo falou: "Tenho uma mensagem de Deus para você." O coração de Eglom palpitou mais forte. Ele ficou de pé para ouvir o estrangeiro que se aproximava para cochichar-lhe algo. Quando estavam bem próximos, o golpe foi desferido. O punhal de meio metro penetrou inteiro pelo grande corpo do rei, que caiu morto sem a menor reação. Eúde correu pelos jardins e se escondeu entre os ídolos. Seria impossível sair com tamanha guarda o esperando pela saída não convencional. O empregados do rei demoraram para entrar novamente na sala, pois pensaram que o rei havia ido ao banheiro. Quando perceberam, todos os guardas foram chamados a sala principal. Naquele momento Eúde fugiu e foi até a fronteira. Lá, os líderes o aguardavam e soavam o chifre, homens correram por todos os lados. Era o momento certo para atacar Moabe. Em poucas horas, o fragilizado reino sem rei rendeu-se a Israel. Mais tarde, durante as festas, Eúde se encontrava ajoelhado, pois agradecia a Deus pela vitória.

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