Embora seja considerado o homem segundo o coração de Deus, a história de Davi está longe de ser perfeita. Desde o mirrado garoto que derrotou milagrosamente o gigante Golias de Gate, passando pelo general perseguido até chegar a rei exaltado em Canaã, a trajetória de Davi foi cheia de erros, pecados, medo, desconfiança, traição, perseguição, guerras, intrigas e sangue. Felizmente a vida do rei Davi também foi de prosperidade, superação, beneficência, vitórias, perdão, amor e fé. Entretanto é impossível não levar em conta os erros cometidos por Davi e as consequências catastróficas que elas deixaram na história de Davi e do povo de Israel. Na história de hoje veremos a que foi, talvez, a principal consequência do pecado de Davi. Quando o povo perde gradativamente a confiança no rei e conflitos internos envolvendo os príncipes de Israel começam a tomar conta do palácio, uma nova ameaça surge de onde menos se espera para tentar arrancar o trono de Davi, será que o Eterno havia abandonado seu ungido?
São tempos conturbados no reino de Israel. Embora eles nunca tivessem desfrutado de tamanha prosperidade em relação a economia e extensão territorial, tudo indica que algo bombástico aconteceria. Apesar das recentes vitórias sobre os sírios e a conquista de Rabá que dera fim a guerra contra os amalequitas, os acontecimentos envolvendo a família real, antes tão bem vista entre o povo, sacudiam o imaginário do povo. Tudo começou, segundo diziam alguns, com a morte de Urias. Davi, usufruindo de tamanha prosperidade havia cometido adultério com a mulher de Urias, um dos 30 famosos soldados do rei. A gravidez da mulher logo seria pretexto para que se descobrisse o ato, afinal o marido estava em campanhas de guerra. Visando sair desta situação, o rei ordenou a Joabe, o principal general do exército israelita, que colocasse Urias no front de batalha mais arriscado e que se retirasse a proteção dos soldados naquela parte do campo de batalha. Dito e feito, Urias e outros oficiais morreram no sítio a Rabá. O rei Davi, sabendo disso, casou-se com Bate-Seba, mulher de Urias, fingindo ser benevolente para com a honra do oficial morto. O filho de Davi e Bate-Seba nasceu, mas logo Deus interviu naquela situação e mostrou a Davi seu pecado, a criança adoeceu e morreu e Davi, mesmo arrependido e perdoado, temia que Deus ainda fosse castigá-lo, isso o tornou cauteloso em tudo e temeroso quanto a revoltas. Embora pouquíssimas pessoas soubessem a verdade sobre o caso de Urias, logo alguns rumores surgiram. Algum tempo depois, outro acontecimento mostrou a instabilidade da família real. Amnom, filho do rei, estuprou sua meia-irmã Tamar. Isso logo se fez público e Davi, lembrando-se de seu pecado, deixou o do filho impune. O castigo que Davi não deu a Amnom, logo foi dado por outro. Absalão, outro filho do rei e irmão de Tamar, jurou vingança a Amnom. Dois anos depois, durante uma festa dos príncipes, Absalão matou Amnom. Isso foi um choque entre o povo e desta vez, Davi não deixaria de castigar o pecador. Absalão, entretanto, fugiu para Gesur, cidade governada por seu avô por parte de mãe. Algum tempo depois Joabe, vendo o sofrimento do rei pela perda dos filhos, convenceu Davi a deixar Absalão voltar para Jerusalém, mas o rei se manteve afastado do filho. Absalão então, novamente, se utilizou de Joabe para convencer o rei a deixá-lo voltar ao palácio, forçando-o a interceder junto a Davi que logo cedeu a pressão do general. Davi, por ter se tornado tão cuidadoso quanto a rebeliões, e enfraquecido pela idade, não era mais aquele juiz de anos atrás. Absalão, entretanto, era jovem e esbelto e admirado por todo o povo. Logo o príncipe bolou um esquema nas portas de Jerusalém em que ele ganhava a confiança do povo e criticava o governo de Davi. Tudo parecia correr bem, mas os conflitos internos ocorrendo no núcleo de Israel não demorariam a levantar um confronto devastador.
São tempos conturbados no reino de Israel. Embora eles nunca tivessem desfrutado de tamanha prosperidade em relação a economia e extensão territorial, tudo indica que algo bombástico aconteceria. Apesar das recentes vitórias sobre os sírios e a conquista de Rabá que dera fim a guerra contra os amalequitas, os acontecimentos envolvendo a família real, antes tão bem vista entre o povo, sacudiam o imaginário do povo. Tudo começou, segundo diziam alguns, com a morte de Urias. Davi, usufruindo de tamanha prosperidade havia cometido adultério com a mulher de Urias, um dos 30 famosos soldados do rei. A gravidez da mulher logo seria pretexto para que se descobrisse o ato, afinal o marido estava em campanhas de guerra. Visando sair desta situação, o rei ordenou a Joabe, o principal general do exército israelita, que colocasse Urias no front de batalha mais arriscado e que se retirasse a proteção dos soldados naquela parte do campo de batalha. Dito e feito, Urias e outros oficiais morreram no sítio a Rabá. O rei Davi, sabendo disso, casou-se com Bate-Seba, mulher de Urias, fingindo ser benevolente para com a honra do oficial morto. O filho de Davi e Bate-Seba nasceu, mas logo Deus interviu naquela situação e mostrou a Davi seu pecado, a criança adoeceu e morreu e Davi, mesmo arrependido e perdoado, temia que Deus ainda fosse castigá-lo, isso o tornou cauteloso em tudo e temeroso quanto a revoltas. Embora pouquíssimas pessoas soubessem a verdade sobre o caso de Urias, logo alguns rumores surgiram. Algum tempo depois, outro acontecimento mostrou a instabilidade da família real. Amnom, filho do rei, estuprou sua meia-irmã Tamar. Isso logo se fez público e Davi, lembrando-se de seu pecado, deixou o do filho impune. O castigo que Davi não deu a Amnom, logo foi dado por outro. Absalão, outro filho do rei e irmão de Tamar, jurou vingança a Amnom. Dois anos depois, durante uma festa dos príncipes, Absalão matou Amnom. Isso foi um choque entre o povo e desta vez, Davi não deixaria de castigar o pecador. Absalão, entretanto, fugiu para Gesur, cidade governada por seu avô por parte de mãe. Algum tempo depois Joabe, vendo o sofrimento do rei pela perda dos filhos, convenceu Davi a deixar Absalão voltar para Jerusalém, mas o rei se manteve afastado do filho. Absalão então, novamente, se utilizou de Joabe para convencer o rei a deixá-lo voltar ao palácio, forçando-o a interceder junto a Davi que logo cedeu a pressão do general. Davi, por ter se tornado tão cuidadoso quanto a rebeliões, e enfraquecido pela idade, não era mais aquele juiz de anos atrás. Absalão, entretanto, era jovem e esbelto e admirado por todo o povo. Logo o príncipe bolou um esquema nas portas de Jerusalém em que ele ganhava a confiança do povo e criticava o governo de Davi. Tudo parecia correr bem, mas os conflitos internos ocorrendo no núcleo de Israel não demorariam a levantar um confronto devastador.
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Pessoas correndo para todos os lados em Jerusalém, lojas fechando, mantimentos sendo juntados e carregados para fora do palácio real, servos eufóricos, serviços do templo interrompidos e discussão na sala do trono entre Davi, Joabe e os principais generais e conselheiros do reino. Absalão havia se declarado rei em Hebrom, há poucos quilômetros dali e boa parte de Israel o apoiava. Logo, o príncipe usurpador tomaria posse em Jerusalém. Davi já havia tomado a decisão de sair da cidade, afinal não tinha homens suficientes para um contra-ataque rápido. Logo, ele deixaria Jerusalém e com ele centenas de animais de carga levando mantimentos, além de toda a família real, os servos do palácio, entre outros. A guarda pessoal do rei ia junto. Benaia comandava os queretitas e os peletitas. Logo, Itai, de Gate e os soldados filisteus que acompanharam Davi desde que este fora governante de Ziclague logo apareceram para seguir o rei. Davi os permitiu seguir junto, mas não fez o mesmo com outros. Os sacerdotes Zadoque e Abiatar, além dos levitas deveriam ficar, afinal Deus não dera ordem de retirar a arca da aliança da tenda. Além disso, como sacerdotes, eles estariam por dentro de tudo que aconteceria com Absalão e informariam o rei por meio de seus dois filhos. Husai, conselheiro de confiança do rei Davi, também deveria ficar, afinal seria mais útil ali. Husai era respeitado dentro da família real, afinal era muito íntimo de Davi. Ele era o único que poderia exercer mais influência sobre Absalão do que Aitofel. Aitofel era experiente em política e militarismo e seus conselhos eram sábios, eram comparados aos conselhos do profeta Natã e do vidente Gade. Aitofel se aliara a Absalão para vingar a morte de Urias, seu parente. Após aconselhar os que ficaram, Davi partiu em marcha acelerada, precisava se distanciar de Jerusalém o máximo possível antes do anoitecer. Na estrada, logo alguns começaram a importuná-lo. Simei, da família de Saul, a quem Davi substituía no reino e com quem travou uma guerra civil, começou a amaldiçoá-lo e jogar pedras na comitiva real. Abisai, irmão de Joabe, outro dos generais, sugeriu matar a Simei, mas Davi deixou-o em paz. Para Simei e outros benjamitas, o trono seria devolvido a família de Saul. Ao parar para um descanso, inquietações vieram a cabeça do rei. Seria Deus finalmente se manifestando contra o pecado do rei? Teria O Senhor dos Exércitos abandonado seu ungido? Davi temia muito, mas resolveu deixar tudo nas mãos Daquele que até ali tinha o protegido e orou a Deus pedindo ajuda.
Enquanto o arrependido e humilde Davi fugia, chegava a Jerusalém o revoltoso e soberbo Absalão, cantando vitória. Mal sabia ele que sua soberba e sua beleza sem par é que levariam ele a pagar por seus crimes contra o ungido do Senhor.
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