sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

História da Semana #115 - Um salvador para nós - Parte 1

Quando a humanidade caiu moralmente por causa de uma mentira no Éden, uma luz surgiu para dar esperança a humanidade. Um plano elaborado nos mínimos detalhes que tinha por objetivo enviar o Filho de Deus para morrer por nós e dar-nos a oportunidade de sermos perdoados. Diante disso diversos homens escolhidos por Deus trouxeram mensagens de um futuro salvador para nós, entretanto para uma sociedade israelita cegada por problemas sociais e pela servidão aos romanos não parecia interessar um messias que trouxesse apenas perdão, eles achavam que precisavam de alguém para liberta-los do jugo imposto pelo império. Nesse cenário conhecemos o jovem Simeão, um rapaz que deseja aprofundar-se no conhecimento sobre o salvador prometido para Israel, mas sua busca resultará em resultados que ele jamais esperou.

- E disse Deus a serpente: "E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a descendência dela; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar." - as palavras do ancião naquele sábado na sinagoga ocuparam os pensamentos do jovem Simeão, haviam se passado milhares de anos desde que Deus proferiu a primeira profecia acerca de um salvador para Israel, mas aquela profecia não havia sido a única, o jovem conseguia se lembrar de outras, mas queria se aprofundar, conhecer tudo acerca daquele que viria para libertar sua nação escolhida. Afinal Israel precisava talvez mais do que nunca de um salvador, há alguns anos os romanos haviam tomado o país e cobravam pesadas taxas de impostos dos hebreus. Cansado de ver sua gente sofrer, Simeão resolveu analisar textos para saber acerca do Messias. Sua sede por esse tema o fez passar horas e horas analisando pergaminhos em busca de algum detalhe nas profecias messiânicas que o fizesse crer que o tão aguardado Messias aparecesse.
- Simeão, meu filho!  - a voz da mãe de Simeão o fez despertar depois de mais uma noite de descanso.
- Já estou indo mãe. - disse o jovem levantando e indo se lavar, após ele foi se sentar a mesa com sua família.
- Simeão, meu filho - começou o pai enquanto todos pegavam um pedaço de pão - o mestre Jacó nos falou sobre seus estudos acerca do Messias, ele nos disse que você tem passado horas e horas na biblioteca da cidade analisando pergaminhos e lendo textos de Moisés e dos profetas.
- Sim meu pai. - disse Simeão.
- Filho - continuou a mãe - o mestre também nos falou de seu desejo de ir a Jerusalém para se aprofundar em seus estudos.
- É verdade mãe, mas sei de nossas dificuldades e não quero força-los a desperdiçar nossas economias com meus estudos.
- Então filho, - respondeu o pai - nos estivemos pensando e calculamos que o dinheiro que temos guardado mais o dinheiro que seu irmão manda de suas pescarias na Galileia é o suficiente para você viajar e se manter por um mês em Jerusalém.
- Além do mais, o mestre Jacó disse que conhece alguns homens em Jerusalém que podem abriga-lo e dar-lhe trabalho lá, queremos o melhor para você e sabemos que seus estudos o deixam mais perto de Deus.
- Obrigado. - disse Simeão transbordando de alegria - eu os amo tanto. Amanhã mesmo posso começar a fazer as malas.

Alguns dias depois Simeão estava se despedindo de seus pais, até seu irmão havia vindo da Galileia para despedir-se dele, ao sair de casa, Simeão foi até a sinagoga onde se despediu de Jacó, o mestre que havia ajudado-o em suas pesquisas. Para ir a Jerusalém, ele havia conseguido carona com um mercador que viajava por Israel , seu nome Ananias, junto deles ia Jônatas, um judeu revolucionário que havia sido liberto da prisão da cidade após um ano. Os três não se falavam muito no início da viagem, mas logo o tédio os fez superar a timidez.
- O que vocês estão indo fazer em Jerusalém? - perguntou Ananias.
- Eu não tenho certeza. - disse Jônatas - quero recomeçar, sem mais prisões, entretanto sinto-me obrigado a fazer algo pelo nosso povo, acho que vou trabalhar em alguma coisa, mas não sei se não vou continuar mantendo contato com a resistência anti-Roma. E você rapaz? - perguntou a Simeão.
- Bem, eu vou continuar meus estudos, na minha cidade não há muito material. - responde o jovem um pouco acanhado.
- Você estuda algum tema específico? - perguntou Ananias - eu conheço muitas coisas por causa de minha viagens.
- Bem, eu tenho me ocupado em descobrir detalhes sobre a vinda do Messias, o libertador de Israel. - respondeu Simeão se ajeitando em seu acento.
- Espero que ele não demore para vir. - disse Jônatas - não aguento mais os romanos mandando em nossas vidas.
- Bem, eu não compartilho do mesmo sentimento de vocês - disse Ananias - não sei se consigo crer em um libertador para Israel.
- Sabem, eu não tenho filhos, mas tenho um sobrinho, Simão, o pai dele também é rebelde. - disse Jônatas - Eu tenho que crer que ele e outras crianças terão um futuro livre de todo esse sofrimento. E pelos meus anos como rebelde eu sei que dependemos de uma força maior para derrotarmos os romanos.

A viagem continuou até que a noite caiu, os três foram até onde conseguiram, mas tiveram de parar em uma estalagem. Após comerem uma refeição os três foram dormir. Já deitados Simeão resolveu puxar o assunto messiânico novamente:
-  Ananias, você não acredita mesmo no Messias prometido?
- Acho que você não me compreendeu completamente. - respondeu o mercador.
- Acho que não o compreendi mesmo, você parece ser um judeu devoto , mas não acredita no que os profetas disseram acerca do Messias.
- Veja bem, eu não disse que não acreditava no Messias, disse que não acreditava num libertador para Israel.
- Mas o que seria o Messias senão alguém para nos livrar do jugo dos romanos? - perguntou Jônatas entrando na conversa.
- Alguém para nos livrar do jugo do pecado. - respondeu Ananias - quem me ensinou isso foi um velho sábio em Cafarnaum, ele já morreu, mas deixou muitos ensinamentos, essa interpretação se baseia em diversos textos, como o que diz que o messias seria erguido, ou o que diz que ele seria transpassado e ferido por nossa causa. Ele nos redimirá de nossas culpas.
- Bem, como disse antes, não sei se consigo viver sem a esperança de alguém para nos libertar dos romanos. - disse Jônatas.
- Eu não quero interromper sua conversa - a voz vinha do outro lado da porta - mas os outros hóspedes querem dormir. - era o dono da estalagem.
- Desculpe-nos, já vamos dormir. - disse Ananias.

O dia seguinte começou cedo para os três viajantes, durante sua viagem rumo a Jerusalém os três conversaram sobre os mais diversos assuntos, mas evitaram tocar no assunto messiânico. Alguns dias depois eles chegaram a seu destino, a grande cidade de Jerusalém, os três foram até o mercado onde desembarcaram as mercadorias de Ananias entre os lojistas. Após, os três decidiram que passariam a primeira semana juntos em uma estalagem barata no centro da cidade. Durante esse período eles retomaram suas conversas sobre o Messias, os argumentos de Ananias pareciam sólidos e ele foi influenciando seus companheiros. Após uma semana os três estavam prestes a se separarem, talvez para sempre. Ananias pediu para falar com eles antes de partir:
- Vocês são companheiros que nunca esquecerei, foi ótimo o tempo que passamos juntos, mas quero dizer-lhes uma última coisa, Simeão, continue seus estudos, sei que Deus tem algo para lhe mostrar. Quanto a você Jônatas, sei que buscas libertação de um poder opressor aqui na Terra, mas o que lhe mostrei em nossas conversas foi um libertador acima disso, quero que medite e conclua que a libertação dos romanos não vale nada se você não se libertar do pecado. 

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