Jacó caminhava a passos curtos e lentos, ele tinha a esperança de que assim o momento tão temido por ele demorasse mais a chegar. Mas não teve jeito, logo ele levantou os olhos e avistou a tropa de cerca de 400 homens que vinha ao encontro dele e de sua família. A história é conhecida, Jacó engana seu irmão e recebe a benção de seu pai que era destinada ao primogênito, no caso, Esaú, o enganado. Irado por não receber a benção, Esaú jura morte ao seu irmão gêmeo que é obrigado a fugir para terra de seus tios, onde é acolhido, casa-se, tem filhos e fica rico. Mas em sua terra natal, seu irmão também prosperou, mas de forma distinta. Jacó insatisfeito com seu tio e sogro Labão resolve fugir com suas esposas, filhos, rebanhos e a promessa divina de que seria protegido. Perseguido por Labão, ele faz um trato com aquele já o havia abrigado e continua sua jornada rumo ao lar. Mas algo lhe incomoda, Esaú, seu irmão, a quem havia enganado, como ele o receberia? Desnorteado, com medo, sem saber o que fazer, Jacó se volta ao único ser no Universo em quem confiava que pudesse fazer algo a respeito, Aquele que o havia abençoado mesmo quando tinha pecado, Aquele que faz o sol nascer e se por todos os dias, aquele que o havia feito prosperar fora de suas portas, Deus. Jacó estrategicamente divide os seus em dois grupos e manda que servos vão a frente com presentes para Esaú, mas fica para trás, sozinho, para buscar a Deus. Sozinho, no escuro, ele ora, pede que Deus cumpra sua promessa de protege-lo, até que... uma mão lhe toca, sem saber o que fazer ele tomado pelo susto vai a luta, sem nenhuma arma senão um cajado ele luta com o estranho, a peleja não é fácil, golpes desajeitados do resistente e assustado pai de família fazem a luta persistir até o amanhecer. E o estranho vendo que Jacó persistia lutando o toca na coxa, deslocando-a. Fora de combate Jacó ouvi o forasteiro dizer "Deixe-me ir, pois já raiou o dia.", mas insatisfeito Jacó responde "Antes me abençoe, ou não lhe deixarei partir.", então o estranho responde com outra pergunta "Como te chamas?", "Jacó." foi a resposta. Então o estranho continuou "Não serás mais chamado Jacó, pois lutaste com Deus e com homens e prevaleceste.", dúvidas vieram a cabeça de Jacó que logo soltou uma pergunta "Diga-me, como te chamas?", mas a resposta foi "Por que perguntas o meu nome?". Naquele momento Jacó reconheceu de quem se tratava o homem com quem havia lutado, era Deus, o Deus de seus pais que havia lhe feito prosperar e havia prometido proteger-lhe. Agora um pouco mais confiante, por ter sido abençoado pelo próprio Deus, Jacó deu ao lugar o nome de Peniel, pois havia visto Deus face a face e havia sobrevivido ali.
Mancando por causa do machucado causado pela luta, Jacó andou o mais rápido que pode para alcançar sua família, mas logo que se encontrou com eles voltou a andar devagar. Quando finalmente avistou aqueles que possivelmente dariam um fim a sua vida e a de sua família ele apenas torce para que Esaú lhe tenha aceitado os presentes e confia nas promessas divinas. A medida que o tempo passa os dois grupos vão se aproximando, Jacó coloca-se a frente de seus familiares, Esaú faz mesmo com seus soldados, os dois se aproximam, e de repente param. Anos atrás, um fugia do outro, que peso teria aquela antiga traição no encontro dos dois. Uma leve brisa batia no rosto dos dois homens que se olhavam, os dois ficaram a alguns metros de distância. E contrariando todas as previsões do temeroso Jacó, Esaú abre um sorriso e abre os braços correndo em direção ao irmão que se curvou sete vezes em sinal de respeito. Mas Esaú o levanta e o abraça, os dois em prantos se beijam e conversam por horas, Esaú acaba aceitando os presente por causa da insistência de Jacó. Nessa história algo fica evidente, Deus e suas ações são imprevisíveis e podem virar a mesa, mudar o jogo, basta que confiemos nele.
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