Jericó estava aflita. Mesmo com a crise no reino de Israel, a situação que lhes afligia era consideravelmente grande. Os habitantes haviam começado a sucumbir a algumas semanas. O problema já durava mais de dois meses. Tudo começou quando uma mulher grávida sofreu um aborto. Todos ficaram tristes, mas ninguém desconfiou. Alguns dias depois, foi a vez de um garoto adoecer muito, com tosses e enjoo. Um homem também acabou morrendo dos mesmos sintomas. Logo, outro aborto aconteceu e a doença começou a se espalhar pela população. "Seria um vírus?"
Perguntavam os habitantes tentando se proteger o máximo possível. Logo, notaram que a água estava estranha, com coloração diferente e gosto extremamente salgado. Um olhar mais detalhado verificou que a causa de todas as doenças, abortos e mortes era água que corria por perto da cidade. Mas, sem a água, como viveriam os habitantes daquela cidade que desempenhava um papel importante na economia israelita? Os habitantes de Jericó resolveram esperar mais um pouco antes de tomar providências. Algumas semanas depois, nem as doenças, nem os abortos e nem as mortes cessaram. O desespero tomou conta do povo de Jericó e de Israel, os reinos da região logo começaram a espionar a cidade, afinal, uma cidade importante como Jericó passando por uma situação dessa era um trunfo na mão dos moabitas, amonitas e sírios. As desculpas para a crise hídrica em Jericó eram variadas. Uns diziam que era Deus castigando Israel, outros, que era resultado de uma maldição feita por Josué centenas de anos antes. Alguns culpavam Baal ou mesmo os deuses estrangeiros agindo em favor de seus povos que queriam conquistar Israel. Outros se usavam de argumentos mais lógicos e científicos para explicar aquele fenômeno repentino, mas a ciência não era tudo isso que é hoje, por isso não se tem uma causa científica definida para o acontecimento. Ninguém mais sabia o que fazer. Com o tempo o povo passou a evitar o contato com a água, seja bebendo-a ou mesmo tocando-a. Ninguém encontrava solução e logo o povo acabava tendo de tomá-la mesmo impura. As mortes não cessaram e as pessoas evitavam o máximo a gravidez, afinal a chance de aborto era muito grande. Orações eram feitas a todo tipo de deus que se conhecia, Baal, Moloque, mas nada resolvia o problema. De vez em quando um suprimento de água limpa chegava por ordem do rei, mas era muito pouca para saciar a sede de toda uma cidade. Nem mesmo a purificação por meio de pedras, areia, grama e outros "ingredientes" funcionava. Com o tempo, sem água, a comida não podia mais ser feita e as plantações não davam resultados. Muitos começaram a morrer em virtude de fome e sede.
Na cidade, um grupo de adoradores de Javé buscava solução para o problema. Na casa de um deles, uma roda de conversa debatia o tema:
- Eu acho que se o povo se voltasse para Deus por completo o sofrimento cessaria e teríamos água em abundância- disse um.
- Mas isso é utopia. Nunca que o povo vai se voltar para Deus- disse outro.
- Além disso Javé está nos castigando pela idolatria- completou um terceiro.
- Mas e se chamássemos um profeta para nos ajudar? Todos estão chamando profetas pagãos.
- Mas quem chamaríamos?
- Elias!
- Você faz alguma ideia de onde está Elias? Ele é procurado pelo rei e não poderia vir para uma cidade grande como Jericó.
- Está certo, mas ele tem discípulos, e se eles...
- Eles também são procurados e só pregam em vilarejos.
- Além disso correm boatos de que Elias será levado para o céu, isso se ele ainda não foi transladado.
- Então o que faremos?
A conversa foi interrompida pela chegada de um jovem na casa. Logo, todos foram saudá-lo, enquanto este tirava a capa e o alforje, era um discípulo de Elias que vivia escondido em Jericó e de tempos em tempos ia visitar o mestre na floresta.
- Como está o profeta?- já foi perguntado um dos amigos.
- Aconteceram algumas coisas recentemente com Elias- falou o recém chegado com um tom um tanto diferente na voz.
- Ele foi transladado?
- Sim.
- E agora, o que faremos? Jericó está com uma crise hídrica e...
- Eu sei, ouvi falar disso e por isso deixei meu mestre e vim.
- Que mestre? Elias não foi para o céu?
- Foi, mas Deus escolheu seu sucessor.
- Quem?
- Eliseu. Um jovem de família abastada que anda com Elias a algum tempo. Antes de partir Elias o designou, eu o estava ajudando, mas tive de vir para ver minha família e meus amigos.
- Como podemos saber se ele é mesmo escolhido de Deus?
- Ele dividiu o rio Jordão ao meio com a capa de Elias! Como vão as pessoas por aqui?
- Infelizmente as pessoas estão morrendo demais e as mães não conseguem mais ter filhos. Não temos água. Aliás, você trouxe alguma coisa?
- Claro, trouxe alguns pães e bolachas, além de água.
Sentados a mesa e deliciando-se com aquele pequeno banquete, o assunto do salvador da cidade voltou a tona. Logo, o viajante, voltou a falar.
- Amanhã Eliseu passará aqui próximo, irá pela floresta, pois as autoridades já estão sabendo de sua condição de sucessor.
- Poderíamos contatá-lo e ele purificaria a água.
No dia seguinte, o grupo de jovens saiu cedo em direção a floresta. Ao ver a pequena caravana chegando, os jovens ficaram alertas. O grupo de Eliseu também percebeu a movimentação e tomou precauções, mas logo um código foi usado para identificação. O pedido foi feito e Eliseu, um jovem que passava a impressão de bom líder e muito gentil, topou ir ver o problema dos habitantes de Jericó.
Nas margens do rio, após uma oração, Eliseu foi dando as instruções: "Me tragam uma vasilha com sal". Um dos jovens já foi até a cidade correndo. Ao chegar lá foi batendo de porta em porta em porta em busca daquele ingrediente que se tornara escasso na cidade, aproveitava para dar as boas novas: Vão purificar a água. Logo, o jovem voltou com uma vasilha cheia de sal e uma multidão acompanhando-o.
Após mais uma oração, Eliseu despejou o sal na água. Por incrível que pareça, a coloração voltou ao normal e o próprio profeta se certificou de beber a água. Todos se jogaram no rio para saciar a sede. Eliseu deixou a cidade com uma mensagem: "O Senhor Deus diz: 'Eu tornei a água pura e não haverá mais mortes nem abortos". A partir daquele dia, muitos habitantes de Jericó se voltaram para Javé.
Perguntavam os habitantes tentando se proteger o máximo possível. Logo, notaram que a água estava estranha, com coloração diferente e gosto extremamente salgado. Um olhar mais detalhado verificou que a causa de todas as doenças, abortos e mortes era água que corria por perto da cidade. Mas, sem a água, como viveriam os habitantes daquela cidade que desempenhava um papel importante na economia israelita? Os habitantes de Jericó resolveram esperar mais um pouco antes de tomar providências. Algumas semanas depois, nem as doenças, nem os abortos e nem as mortes cessaram. O desespero tomou conta do povo de Jericó e de Israel, os reinos da região logo começaram a espionar a cidade, afinal, uma cidade importante como Jericó passando por uma situação dessa era um trunfo na mão dos moabitas, amonitas e sírios. As desculpas para a crise hídrica em Jericó eram variadas. Uns diziam que era Deus castigando Israel, outros, que era resultado de uma maldição feita por Josué centenas de anos antes. Alguns culpavam Baal ou mesmo os deuses estrangeiros agindo em favor de seus povos que queriam conquistar Israel. Outros se usavam de argumentos mais lógicos e científicos para explicar aquele fenômeno repentino, mas a ciência não era tudo isso que é hoje, por isso não se tem uma causa científica definida para o acontecimento. Ninguém mais sabia o que fazer. Com o tempo o povo passou a evitar o contato com a água, seja bebendo-a ou mesmo tocando-a. Ninguém encontrava solução e logo o povo acabava tendo de tomá-la mesmo impura. As mortes não cessaram e as pessoas evitavam o máximo a gravidez, afinal a chance de aborto era muito grande. Orações eram feitas a todo tipo de deus que se conhecia, Baal, Moloque, mas nada resolvia o problema. De vez em quando um suprimento de água limpa chegava por ordem do rei, mas era muito pouca para saciar a sede de toda uma cidade. Nem mesmo a purificação por meio de pedras, areia, grama e outros "ingredientes" funcionava. Com o tempo, sem água, a comida não podia mais ser feita e as plantações não davam resultados. Muitos começaram a morrer em virtude de fome e sede.
Na cidade, um grupo de adoradores de Javé buscava solução para o problema. Na casa de um deles, uma roda de conversa debatia o tema:
- Eu acho que se o povo se voltasse para Deus por completo o sofrimento cessaria e teríamos água em abundância- disse um.
- Mas isso é utopia. Nunca que o povo vai se voltar para Deus- disse outro.
- Além disso Javé está nos castigando pela idolatria- completou um terceiro.
- Mas e se chamássemos um profeta para nos ajudar? Todos estão chamando profetas pagãos.
- Mas quem chamaríamos?
- Elias!
- Você faz alguma ideia de onde está Elias? Ele é procurado pelo rei e não poderia vir para uma cidade grande como Jericó.
- Está certo, mas ele tem discípulos, e se eles...
- Eles também são procurados e só pregam em vilarejos.
- Além disso correm boatos de que Elias será levado para o céu, isso se ele ainda não foi transladado.
- Então o que faremos?
A conversa foi interrompida pela chegada de um jovem na casa. Logo, todos foram saudá-lo, enquanto este tirava a capa e o alforje, era um discípulo de Elias que vivia escondido em Jericó e de tempos em tempos ia visitar o mestre na floresta.
- Como está o profeta?- já foi perguntado um dos amigos.
- Aconteceram algumas coisas recentemente com Elias- falou o recém chegado com um tom um tanto diferente na voz.
- Ele foi transladado?
- Sim.
- E agora, o que faremos? Jericó está com uma crise hídrica e...
- Eu sei, ouvi falar disso e por isso deixei meu mestre e vim.
- Que mestre? Elias não foi para o céu?
- Foi, mas Deus escolheu seu sucessor.
- Quem?
- Eliseu. Um jovem de família abastada que anda com Elias a algum tempo. Antes de partir Elias o designou, eu o estava ajudando, mas tive de vir para ver minha família e meus amigos.
- Como podemos saber se ele é mesmo escolhido de Deus?
- Ele dividiu o rio Jordão ao meio com a capa de Elias! Como vão as pessoas por aqui?
- Infelizmente as pessoas estão morrendo demais e as mães não conseguem mais ter filhos. Não temos água. Aliás, você trouxe alguma coisa?
- Claro, trouxe alguns pães e bolachas, além de água.
Sentados a mesa e deliciando-se com aquele pequeno banquete, o assunto do salvador da cidade voltou a tona. Logo, o viajante, voltou a falar.
- Amanhã Eliseu passará aqui próximo, irá pela floresta, pois as autoridades já estão sabendo de sua condição de sucessor.
- Poderíamos contatá-lo e ele purificaria a água.
No dia seguinte, o grupo de jovens saiu cedo em direção a floresta. Ao ver a pequena caravana chegando, os jovens ficaram alertas. O grupo de Eliseu também percebeu a movimentação e tomou precauções, mas logo um código foi usado para identificação. O pedido foi feito e Eliseu, um jovem que passava a impressão de bom líder e muito gentil, topou ir ver o problema dos habitantes de Jericó.
Nas margens do rio, após uma oração, Eliseu foi dando as instruções: "Me tragam uma vasilha com sal". Um dos jovens já foi até a cidade correndo. Ao chegar lá foi batendo de porta em porta em porta em busca daquele ingrediente que se tornara escasso na cidade, aproveitava para dar as boas novas: Vão purificar a água. Logo, o jovem voltou com uma vasilha cheia de sal e uma multidão acompanhando-o.
Após mais uma oração, Eliseu despejou o sal na água. Por incrível que pareça, a coloração voltou ao normal e o próprio profeta se certificou de beber a água. Todos se jogaram no rio para saciar a sede. Eliseu deixou a cidade com uma mensagem: "O Senhor Deus diz: 'Eu tornei a água pura e não haverá mais mortes nem abortos". A partir daquele dia, muitos habitantes de Jericó se voltaram para Javé.
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