domingo, 27 de julho de 2014

Sermão complementar Dinastia de Judá: Jeoacaz e Jeoaquim

O sermão de hoje serve de complementação a série Dinastia de Judá. Ele fala de maneira mais teológica sobre o relacionamento dos irmãos e reis Jeoaquim e Jeoacaz como vimos no episódio 7 da série, mas também pode ser pregado livremente, sem levar em conta a série. Sinta-se livre para adicionar versos, experiências, notas e reflexões ao sermão. Também não deixe de assistir a série Dinastia de Judá clicando aqui.



Jeoacaz tinha vinte e três anos de idade quando começou a reinar, e reinou três meses em Jerusalém. O nome de sua mãe era Hamutal, filha de Jeremias; ela era de Libna.
Ele fez o que o Senhor reprova, tal como seus antepassados.
O faraó Neco o prendeu em Ribla, na terra de Hamate, de modo que não mais reinou em Jerusalém. O faraó também impôs a Judá um tributo de três toneladas e meia de prata e trinta e cinco quilos de ouro.
Colocou Eliaquim, filho de Josias, como rei no lugar do seu pai Josias, e mudou o nome de Eliaquim para Jeoaquim. Mas levou Jeoacaz consigo para o Egito, onde ele morreu.
2 Reis 23:31-34
Você tem algum irmão ou irmã? Você se dá bem com seu irmão? O sermão de hoje falará sobre dois irmãos que brigavam muito, eles tinham visões opostas sobre a política do reino de Judá. Ambos foram reis, mas nenhum conseguiu paz e estabilidade no reinado. Seus nomes eram Eliaquim e Jeoacaz. Outra coisa que eles tinham em comum era que nenhum dos dois era um fiel adorador de Jeová e também veremos como este fato serviu de base para a ruína do povo, dos seus reinados e do reino de Judá.
Primeiramente, vamos nos colocar na história. Vamos ver qual era o contexto do povo de Deus na época destes reis. Ambos eram príncipes de Judá, o reino de Judá não tinha mais o esplendor que teve nos tempos de Davi, Salomão ou Josafá. O reino de Israel já não existia e Judá caminhava para a extinção. Há pouco tempo o rei Manassés e o rei Amom haviam afundado o reino numa crise. Uma crise de idolatria, de perda de territórios, de perda de fé em Deus e de sangue, profetas e sacerdotes morreram durante aquele período. Mas eis que surge um novo rei, o filho de Amom, Josias. Ele era diferente do pai, tinha apenas oito anos, mas decidiu se apegar a Deus e começou uma reforma no reino. Reconstruiu o templo, destruiu os altares idólatras e removeu a idolatria, proibiu a adoração a outros deuses. Mas por mais esforços que Josias tinha a verdadeira idolatria não havia sido extinta. O povo ainda tinha em seus corações o desejo pelo pecado, pelos deuses estrangeiros e não adorava verdadeiramente a Jeová. O reino de Judá conquistou uma estabilidade boa, não perdia as batalhas porque estava com Deus. Mas a paz se rompeu quando o Faraó Neco do Egito resolveu atacar a Babilônia e aí nós precisamos abrir um parêntese para explicar o sistema de alianças. Ao que nos interessa, havia quatro nações independentes na região, as outras eram vassalas destas. Entre as quatro nações existiam duas alianças, a primeira formada pelos dois maiores: Egito e Assíria. A segunda era formada por Judá e pela Babilônia. A Babilônia fazia pouco havia se independido da Assíria e buscava afirmação. Numa guerra, a Babilônia e a Assíria se enfrentavam quando a assíria pediu o apoio do Egito, estes, para encurtar caminho foram ao campo de batalha pelo rio Jordão, na planície de Megido, que ficava em Judá. O rei Josias, fiel a aliança saiu para impedi-lo, mas morreu em batalha, infringindo perdas ao faraó. Vamos parar neste ponto.
Vamos agora refletir nos filhos de Josias. Os quatro mais velhos eram Joanã, que provavelmente morreu jovem, Eliaquim, Zedequias e Salum ou jeoacaz, era o mais novo. Destes filhos dois se destacaram como príncipes: Eliaquim, sucessor natural ao trono e o mais jovem Jeoacaz. Eliaquim era contra a aliança do pai com a Babilônia, era partidário do Egito e Jeoacaz tinha idéias paternas, era favorável a Babilônia. Na guerra que antecedeu a morte de Josias, é de se imaginar os dois filhos discutindo sobre a intervenção do pai. Jeoacaz deve ter se colocado de prontidão para ajudar o pai, enquanto Eliaquim ficou revoltado e brabo com o pai e com o irmão. Eis que naquela batalha Josias, o rei, morre e aí começa uma briga de irmãos que acarretaria no fim do reino. Eliaquim assumiu como rei, mas o povo estava com muita raiva do Egito e por isso a grande maioria dele apoiava Jeoacaz, mesmo sendo mais jovem. Jeoacaz tinha um discurso anti-egípcio e Eliaquim, mesmo com a morte do pai elaborava planos de aliança com o Faraó. Acredita-se que ocorreu uma pequena guerra civil e Jeoacaz tomou o controle do reino. Mas seu reinado foi de curto período. Apesar da aparente popularidade entre o povo, seu governo não foi bom. Ignorou as vontades do povo e de Deus, promoveu novamente a idolatria, adorando, ele próprio, a outros deuses. Três meses após assumir o reino, Jeoacaz se depara com o retorno do agora derrotado faraó pelo mesmo caminho e resolve enfrentá-lo, ele perde, é preso e Judá se torna vassalo do Egito, Neco impõe um pesado tributo e coloca Eliaquim no trono, mudando seu nome para Jeoaquim.
A partir daqui a queda livre do reino começa. O príncipe da Babilônia, Nabucodonosor recebe a notícia da morte do pai e só volta a atacar Judá pela traição três anos depois, quando sitia a cidade e leva cativo vários nobres, inclusive Daniel. Frente a este cenário o povo e o rei mais uma vez se voltam para Deus, não verdadeiramente, mas apenas para conseguir libertação. O ápice da idolatria e falsa adoração se deu no quarto ano do reinado de Jeoaquim, quando Baruque, escrivão de Jeremias, foi a Jerusalém e leu todas as profecias de Jeremias até ali, não agradando o rei com acusações a ele, Jeoaquim rasga as profecias e as joga no fogo. Este acontecimento marcou a ruína decretada de Judá. Abandonou de vez a Deus e a partir dali Judá entrou num caminho sem volta a extinção. Vamos parar a história aqui e vamos analisar os pontos principais dela, tirando lições para nossas vidas e para estabelecer uma forte comunhão com Deus.
Primeiramente, vamos fazer uma análise de Jeoacaz. Embora tivesse apoio do povo, não correspondeu as expectativas, ficou obcecado pela guerra contra o Egito e não teve uma comunhão com Deus, embora suas idéias fossem boas e ele tivesse a intenção de continuar o legado do pai, não usou o referencial do pai Josias, que era Deus e teve insucesso em sua cruzada. Como lição de sua vida podemos tirar o fato de ele ter uma boa mente, bons planos, mas não tinha a Deus. Não estamos nós também agindo como este rei? Será que, como Jeoacaz, não estamos fazendo os planejamentos, buscando o sucesso, tentando melhorar financeiramente, no trabalho, no colégio ou com nossas famílias sem buscar a Deus? Reflitamos nisso. Agora vamos ler o que o profeta Jeremias fala em seu livro no capítulo 22 versos 10 a 12:
Não chorem pelo rei morto nem lamentem sua perda. Chorem amargamente, porém, por aquele que está indo para o exílio, porque jamais voltará nem verá sua terra natal.
Porque assim diz o Senhor acerca de Salum, rei de Judá, sucessor de seu pai Josias, que partiu deste lugar: "Ele jamais voltará.
Morrerá no lugar para onde o levaram prisioneiro; não verá novamente esta terra".
Jeremias 22:10-12
Percebemos aí o fim trágico de Jeoacaz. A bíblia retrata apenas que ele foi levado ao Egito e lá morreu, mas Jeremias classifica sua morte de forma ruim. Diz que ele não voltará a Judá e morrerá na prisão sofrendo e aí podemos continuar lendo o texto e ler sobre a profecia da morte de Jeoaquim nos versículos 13 a 23:
"Ai daquele que constrói o seu palácio por meios corruptos, seus aposentos, pela injustiça, fazendo os seus compatriotas trabalharem por nada, sem pagar-lhes o devido salário.
Ele diz: ‘Construirei para mim um grande palácio, com aposentos espaçosos’. Faz amplas janelas, reveste o palácio de cedro e pinta-o de vermelho.
"Você acha que acumular cedro faz de você um rei? O seu pai não teve comida e bebida? Ele fez o que era justo e certo, e tudo ia bem com ele.
Ele defendeu a causa do pobre e do necessitado, e, assim, tudo corria bem. Não é isso que significa conhecer-me? ", declara o Senhor.
"Mas você não vê nem pensa noutra coisa além de lucro desonesto, derramar sangue inocente, opressão e extorsão. "
Portanto, assim diz o Senhor a respeito de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá: "Não se lamentarão por ele, clamando: ‘Ah, meu irmão! ’ ou ‘Ah, minha irmã! ’ Nem se lamentarão, clamando: ‘Ah, meu senhor! ’ ou ‘Ah, sua majestade! ’
Ele terá o enterro de um jumento: arrastado e lançado fora das portas de Jerusalém!
"Jerusalém, suba ao Líbano e clame, seja ouvida a sua voz em Basã, clame desde Abarim, pois todos os seus aliados foram esmagados.
Eu a adverti quando você se sentiu segura, mas você não quis ouvir-me. Esse foi sempre o seu procedimento, pois desde a sua juventude você não me obedece.
O vento conduzirá para longe todos os governantes que conduzem você, e os seus aliados irão para o exílio. Então você será envergonhada e humilhada por causa de todas as suas maldades.
Você que está entronizada no Líbano, que está aninhada em prédios de cedro, como você gemerá quando lhe vierem as dores de parto, dores como as de uma mulher que está para dar à luz!
Jeremias 22:13-23
No relato da morte do irmão de Jeoacaz, Jeoaquim, podemos ver que sua morte foi pior ainda. Foi sepultado sem glória, como um jumento, ninguém o lamentou e também notamos que ambos os reis tiveram chance de se redimir, perceba no segundo relato que fala que desde que era jovem Jeoaquim tem tido oportunidades de se voltar para Deus, mas mesmo assim não o quis fazer. Nós também não passamos por isso? Não damos as costas para Deus? Talvez nós estejamos em comunhão com ele só no sábado, só quando vamos à igreja, ou só quando Deus quer que façamos coisas fáceis ou que nos favorecem? Mas quando Deus nos pede coisas difíceis ou coisas que vão contra o nosso pensamento ou vontade, nós não estamos dando as costas para ele? Que possamos refletir nisso e nos voltar mais a Deus. Também podemos perceber os erros de Jeoaquim pela história que ouvimos anteriormente. Ele se aliou ao inimigo, não seguiu o conselho do pai e ficou ao lado do Egito. Atentemo-nos então para este erro e não o cometamos. Agora eu falo para os mais jovens: Estamos nós ouvindo o conselho dos nossos pais? Saibam que, geralmente, estes conselhos nos levam ao sucesso. E nós todos, estamos ouvindo os conselhos do pai Celestial?
E agora vamos pensar nas lições que podemos tirar do povo de Judá. Afinal, nos tempos modernos, nós somos o povo de Deus, fazemos parte da nação escolhida por ele para conduzir as pessoas ao céu. O povo de Judá estava numa situação boa. Em tempos de paz, desfrutavam do apoio de Deus, adoravam-no e não praticavam a idolatria, mas a adoração era de fachada, Deus sabia disso, mas mesmo assim se compadeceu deles e adiou a promessa de destruição, se não bastasse, ainda deu inúmeras chance de redenção ao povo, mas eles o ignoravam. Que nós possamos, diferentemente deles, e aprendendo com eles, sermos fiéis a Deus de coração e alma, sem fingimentos ou mentiras, afinal tudo terá uma recompensa boa. Se nos comportarmos como o povo de Judá, acabaremos em ruínas, cativos, mas se formos fiéis a Ele poderemos ter certeza de que estaremos com Deus no céu. Para terminar, meditemos neste verso de Isaías, no capítulo 40, versos 10 e 11:
O Soberano Senhor vem com poder! Com seu braço forte ele governa. A sua recompensa com ele está, e seu galardão o acompanha.
Como pastor ele cuida de seu rebanho, com o braço ajunta os cordeiros e os carrega no colo; conduz com cuidado as ovelhas que amamentas suas crias.
Isaías 40:10-11
Que possamos ser fiéis a Deus e obedecê-lo, afinal com Ele tudo dá certo e nós ainda ganharemos esta recompensa tão esperada que é o céu. Amém.

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