sexta-feira, 11 de julho de 2014

História da semana #51: Dinastia de Judá 7: Irmãos brigões

Na história de hoje, entraremos na reta final da série Dinastia de Judá. Após a morte de Josias, Judá, a nação escolhida por Deus, viveria uma decadência sem fim, ou melhor com fim na destruição do reino. Este período obscuro estava prescrito por Deus, já fazia anos, erros graves cometidos por governantes bons e ruins moldaram uma destruição total. Desde Manassés já estava certa a derrota, mas não se sabia quando. Josias, o melhor rei que Judá teve após a separação morreu no campo de batalha, agora seus inexperientes e brigões filhos terão de governar um reino que novamente se voltava para a idolatria, mas será que conseguiriam? A história nos conta que não, mas como isso aconteceu você vê agora no Portais Bíblicos.

Imagine alguns irmãos, entre eles os dois mais velhos trocam farpas, não chegam a se tocar ou gritar forte, mas defendem seus pontos de vista. Um, o mais velho, Eliaquim defende veementemente que uma aliança com o Egito melhoraria o reino, o outro, o mais novo Jeoacaz, defende um ponto de vista paterno, a Babilônia é o melhor aliado. Eliaquim rebate com argumentos fortes, o Egito é mais próximo, domina boa parte do território de perto, enquanto a Babilônia acabou de virar reino independente. Mas Jeoacaz sabia de uma coisa, a Babilônia era um novo país, mas poderoso e eles tinham uma aliança com Josias, o pai dos príncipes. Eles continuaram discutindo até que o pai entrou na sala, ele era calmo, imponente, temente a Deus e bondoso, zelava pela ordem e nunca desrespeitava uma aliança, a Babilônia era uma aliada e Josias fazia o possível para agradá-los, mas seus filhos não davam muita bola para assuntos políticos exceto Jeoacaz, ele era muito ligado ao pai e gostava de tudo que o pai gostava, só pecava num detalhe muito importante: Jeová, para ele, era só mais um dos poderosos deuses que governavam o mundo. Josias entrou na sala afobado, falou rapidamente aos filhos:
- O Egito vai ao encontro da Assíria para lutar contra a Babilônia, vão passar por Megido e devemos impedi-los.
De prontidão Jeoacaz se colocou ao lado do pai, mas Eliaquim ficou revoltado:
- Como você pode lutar contra eles, deveria é se aliar ao Egito, eu me recuso a ir nesta batalha.
Josias apenas acenou com a cabeça. Sentia algo estranho, martelava na sua cabeça uma antiga frase dita pela profetiza Hulda que dizia respeito sobre sua morte e ruína de Judá. Antes de sair ele virou-se ao filho mais velho e disse com tom de despedida:
-Lamento que não vá, eu te amo filho, espero que continue gostando de mim e que não nos desentendamos pelos nossos pontos de vista, um dia você subirá ao trono e espero que eu tenha criado um ótimo rei, eu te amo filho.
Eliaquim ouviu atentamente o pai, mas não sabia o que responder apenas balançou a cabeça. Não preciso contar o que aconteceu com Josias, vocês sabem que ele morreu naquela batalha, Jeoacaz esteve ao seu lado nos últimos momentos e sentiu a necessidade de dar continuidade a guerra do pai. Josias morreu sem dizer quem ele gostaria que o substitui-se. Após o luto pela morte do rei, dois partidos surgiram em Judá. Um era Eliaquim, o herdeiro natural de Josias, mas seu ponto de vista não condizia com o da maioria do povo, que agora, odiava o Egito. O outro partido era comandado por Jeoacaz, mais novo, não tinha o direito de herdar o trono, mas a maioria do povo o apoiava. Após alguns dias de reinado provisório da rainha, Jeoacaz se sobressaiu ao irmão, este fugiu para as fronteiras com um pequeno exército, Jeoacaz o perseguiria depois, agora ele queria se vingar do Egito, mas percebeu que administrar o reino seria muito mais difícil.
Logo que começou a reinar, percebeu que não poderia manter a lei de adoração única a Jeová, imposta pelo pai, afinal ele mesmo adorava a outros deuses, logo o povo se voltou novamente para a idolatria. Jeoacaz estava cego por seu desejo de vingança contra o Egito, não viu os problemas como criminalidade se alastrarem pelo reino. Enquanto isso, as forças do velho rei Nabopolassar, comandadas pelo jovem Nabucodonosor da Babilônia se sobressaíram sobre os grandes exércitos de Assíria, Egito e aliados, a Babilônia passava a ser a nação mais poderosa da Terra, começava ali uma cruzada pela Palestina que tomaria todo o território assírio e egípcio. Quando soube disso, Jeoacaz ficou certo da vitória sobre o Egito, eles passariam novamente por Megido e agora Jeoacaz tinha a faca e o queijo na mão.
No dia da guerra, Jeoacaz deixou de repetir um ato comum de seu pai antes da guerra, ele não orou a Deus. E pior ainda, ele foi certo da vitória, nem levou o exército inteiro, afinal aquele jovem de 23 anos não sabia muito de guerra. Quando se encontraram os dois reis estavam preparados. Neco, o faraó, sabia que teria que lutar aquela batalha, mesmo derrotado ele foi preparado e impôs grande derrota a Jeoacaz. O rei fugiu, mas Neco sentiu que não sairia em prejuízo total. Dividiu o exército. Um grupo foi em perseguição do rei e o prendeu, o outro saiu e tomou boa parte do território até que chegou a Jerusalém, onde anunciou sua vitória. Ao saber disso, Eliaquim saiu do esconderijo, Jeoacaz não tinha filhos e esta era sua chance de se aliar ao Egito, não pensou direito. O Egito perdera território e soldados para a aliada de Judá, Babilônia. O mesmo faraó que estava tomando Jerusalém, matou seu pai, mas mesmo assim foi ao encontro do Faraó. Ao chegar a Jerusalém, foi recepcionado por Neco, que sabia da fidelidade ao Egito de Eliaquim. 
Neco mandou prender Jeoacaz e mudou o nome do novo rei, Eliaquim passou a se chamar Jeoaquim, um novo nome, para uma nova aliança. A ruína foi selada, dali não havia mais volta, Judá seria completamente destruída em menos de 25 anos.
Na próxima semana: As escolhas ridículas Jeoaquim refletem na vida do povo. O novo rei da Bailônia e o que ele fará contra Judá. Adolescentes presos e Jeremias no melhor estilo profeta radical.  

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