Feliz Sábado, hoje estamos aqui para discutir um pouco sobre um personagem importante na história bíblica e na dinastia dos Herodes. Herodes Agripa II nasceu por volta do ano 27 d.C., filho do perverso rei Agripa I e de Cipros. Durante a sua infância viveu como um legitimo príncipe, mas quando seu pai morreu ele acabou sem ganhar o trono por causa de sua pouco idade, afinal ele tinha apenas 17 anos em 44 d.C., ano em que seu pai faleceu.
O Imperador Claudio desejava muito colocar o jovem Agripa no comando dos territórios que antes eram governados por seu pai, mas seus conselheiros o convenceram a não o fazer, afinal ninguém tinha certeza sobre a maturidade do garoto para ter em suas costas tamanha responsabilidade.
Então escolheram Cúspio Fado, um nobre, para ser o procurador da Judeia, um cargo parecido com o de Pôncio Pilatos, porém em dimensões um pouco maiores. Agripa por sua vez foi mandado para governar a cidade de Cálcis, como uma experiência para que ele adquirisse maturidade e sabedoria.
Até que no ano 53 o Imperador Claudio elevou Agripa e o colocou como governador da parte que antes havia pertencido a Filipe (lembra dele, veja aqui). Agripa começou bastante ativo, promoveu o casamento de suas irmãs com príncipes de outros reinos ali de perto.
Um ano depois em 54, Nero, o novo Imperador, convocou, entre outros reis, Agripa para lutar ao seu lado na batalha contra os Partas. Como recompensa Nero deixou a Agripa mais algumas cidades, aumentando assim seu território. Também homenageando Nero, Agripa reformou a Cesareia de Filipe e chamou-a de Neronias.
Voltando nossos olhos agora para Jerusalém e para Cesareia, capitais da província da Judeia, num paralelo com o governo de Agripa. No ano 46, quando Agripa ainda era governador de Cálcis, Cúspio Fado foi substituído por Tibério Alexandre. Este em 48, foi trocado por Ventídio Cumano que em 52 deu lugar a Marco Antônio Félix. Enquanto isso Paulo andava pelo império proclamando o nome de Jesus de Nazaré, e irritando judeus. Esta irritação dos judeus mandou Paulo para cadeia. Paulo havia vindo a Jerusalém e só não havia morrido de linchamento pelos Judeus por causa da intervenção do Comandante Claudio Lísias, que enviou Paulo a Cesareia para ser julgado. Durante o julgamento os líderes judeus pressionaram o Félix para que ele matasse Paulo, mas como isso era inviável eles exigiam que Paulo fosse julgado por um tribunal judeu por crimes religiosos. Félix não aguentou a pressão e permitiu, porém Paulo sendo conhecedor da lei, e sabendo que morreria apelou para Roma, pois era cidadão romano. Félix não sabendo o que fazer arquivou o caso e deixou Paulo preso em segurança na prisão de Cesareia, por dois anos.
Até que em 58, Roma colocou Pórcio Festo como procurador da Judeia, e é aí que voltamos a Agripa. Festo resolveu reabrir alguns casos e entre eles reabriu o de Paulo. Ele não conhecia muito da lei judaica, então quando soube que Agripa e sua irmã Berenice vinham visitá-lo pediu que ajudassem a ele no caso. Agripa não era um judeu praticante mas era extremamente estudioso e conhecia muito das tradições da religião judaica. O depoimento de Paulo foi comovente, e emocionou o rei Agripa, tanto que este quase resolveu por se converter ao cristianismo, Paulo então foi enviado a Roma, mas esta é outra história, afinal este post é sobre Herodes Agripa II.
Herodes Agripa também demonstrou autoridade, organizando e mantendo a ordem nos seus territórios e até mudando diversas vezes o sumo-sacerdote do judeus. Foi nessa época que houve em Jerusalém uma Guerra de Gangues nas ruas de Jerusalém. Protagonizando saduceus e fariseus e outros líderes da religião judaica, foi em meio a tudo isso que diversos cristãos morreram em Jerusalém.
Quando os zelotes começaram uma rebelião Agripa tentou convence-los a não se revoltarem, mas seu esforço foi em vão e ele fugiu, mas ainda continuou atuante, pois intercedeu pela vida dos moradores de Tibérias, quando estes se renderam aos romanos. Quando Jerusalém foi destruída a judeia e as províncias de Agripa foram incorporadas a província da Síria. Agripa morreu muitos anos depois no ano 100, já velho em Roma. Aparentemente não deixou filhos que seguissem seu legado como rei. Então foi o último dos Herodianos a governar.
Embora tenha sido um pacificador ele teve diversas chances de ser cristão, afinal os seguidores de Jesus estavam em cada canto, por onde ele passava. Não sabemos se ele se converteu em Roma, ou se morreu sem descobrir o retrato do mestre. Como lição de sua vida devemos sempre buscar a paz entre os que estão conosco.
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