segunda-feira, 9 de junho de 2014

História da semana #48: Dinastia de Judá 5: Limpando a sujeira de 50 anos

Boa semana leitores do blog Portais Bíblicos estamos aqui hoje com a quinta história da série Dinastia de Judá, que, mesclando o relato bíblico, a tradição histórica e a minha imaginação, conta os últimos capítulos dos reis de Judá, começando em Ezequias e chegando até Zedequias, hoje vamos bater um recorde na série, falaremos de três reinados diferentes, mas calma, nós não vamos escrever um texto gigante, aliás a tudo que escreveremos aqui não aconteceu em mais de dez anos, sendo que a última história durou cinquenta. Como vimos na última história, Manassés, o perverso rei de Judá, se arrependeu quando foi preso pelos Assírios e agora souto buscará reerguer o reino e purificá-lo da idolatria que ele mesmo colocou lá. Também veremos o curto reinado de Amom e o reino de Judá nas mãos de uma criança de oito anos, ficou interessado? Continue lendo.


Manassés foi solto e toda a sua corte também, apenas alguns do povo ficaram como escravos na Assíria. O rei tomou a decisão reedificar seu reino e purificar a cidade da impureza, se arrependeu dos pecados, mas tinha muito a fazer. Um ano aós deixar a prisão ele resolveu começar a reforma, mandou os soldados derrubar os ídolos dos montes e destruir o templo. Ao mesmo tempo que dava a ordem, seu filho Amom entrou na sala do trono, era um imponente príncipe, guerreiro, ousado e muito bom comandante. Ele sofreu muito na infância quando seu pai fazia coisas macabras a outros deuses e se influenciou pela vida do pai, sofreu também quando foi separado dos pais e maltratado na prisão assíria, por isso desejava vingança, não tinha mais de 16 anos, mas era muito maduro, ou nem tanto. Ele havia ido pedir ao pai um exército para atacar a Assíria e seus pequenos territórios, trazendo-os para Judá, seu pai o concedeu os exércitos mas Amom sabia que aquilo não era suficiente e começou a pensar em modos de conseguir novos soldados para o exército.
A estratégia e concentração de Amom foi interrompida quando soube que sua esposa Jedida estava grávida de um filho, Amom agora além de táticas de guerra, tinha que planejar um próspero reino que deixaria a seu herdeiro. Ele decidiu deixar as guerras de lado e se concentrar na esposa.
Quando Josias nasceu, Amom não tinha tempo a perder, mesmo muito jovem sabia da necessidade de batalhar contra a Assíria pelos territórios da região e logo partiu deixando o filho aos cuidados da mãe e do avô Manassés que desfrutava de paz e descanso, devido a sua adoração a Jeová. O curioso é que Amom não partiu em direção a Assíria e sim a Babilônia, sabia da antiga aliança de Ezequias com os babilônios que agora estavam ainda mais fortes, ao chegar lá, ele ofereceu ao rei Nabopolassar ajuda, afinal o rei da Babilônia buscava pessoas de dentro do círculo assírio (Judá era vassalo da Assíria) para dar-lhe informações. Amom ofereceu-se como espião, em troca pediu alguns soldados babilônios para ajudá-lo em sua cruzada contra a Assíria. Nabopolassar não pensou duas vezes, afinal Amom queria destruir a Assíria e ajudá-lo contra a mesma, por isso os soldados foram anexados ao exército de Amom, que partiu em direção a Moabe para conquistar algumas cidades Assírias de lá.
Enquanto isso, em Jerusalém, Manassés continuava sua cruzada pacífica contra os ídolos e templos, ele sabia que não conseguiria destruir tudo até morrer, afinal estava velho, mas orava para que seu filho vencesse as batalhas e continuasse a destruir os ídolos, enquanto isso Josias ia crescendo sem a figura de um pai presente, afinal Amom vinha pouco a Jerusalém e não tinha tempo para o filho, a figura do pai foi substituída pelo avô que o criou ao lado de Jedida para Josias se tornar um rei fiel a Deus.
Amom, com apoio forte dos babilônios, vencia a maioria das batalhas e se tornou popular entre o povo. Se por um lado Manassés orava pelo filho e creditava as vitórias a Deus, Amom se gabava da eficiência militar que tinha e começou a adorar deuses de lugares por que passava, além dos deuses babilônios que adorava para impressionar o rei Nabopolassar.
Certo dia Manassés foi ao templo para conversar com o sumo sacerdote e falar de como iam as destruições de ídolos, chegando lá, ele conheceu a alguém que julgou um ótimo jovem, o ajudante do sumo sacerdote, Hilquias. Hilquias tinha sido um discípulo de Isaías e não era lá muito fã de Manassés, pois este matou os profetas, mas Hilquias sabia que Manassés estava fazendo de tudo para redimir os atos passados, por isso o tratou bem e com o tempo se tornaram grandes amigos. O filho de Hilquias, Jeremias era um pouco mais velho que o príncipe Josias, os dois também desenvolveram uma amizade que perdurou por anos.
Já bem velho Manassés morreu, o povo chorou muito e Amom interrompeu sua luta e voltou para assumir o trono, mas como não era temente a Deus, Amom já chegou se achando, no início do reinado rompeu com a Assíria e anunciou publicamente a aliança com a Babilônia, os assírios sentiram medo de atacar, pois sabiam do poder babilônico e tiraram o pé, deixando totalmente o reino de Judá, rei após rei a Assíria regredia e Nabopolassar avançava.
Amom reconstruiu os monumentos que o pai destruiu e construiu ainda mais em homenagem aos deuses babilônicos ele tinha muita popularidade entre o povo e por isso estes o seguiram na adoração. Amom era arrogante e mandão, era um bom general, mas não tinha muita experiência em como governar.
Com a falta de adoração de Amom, Jeová se afastou de Judá, isso fez com que o exército judeu começasse a perder batalhas e territórios, durante uma batalha muito importante, os assírios massacraram os judeus.
Amom se enfureceu com a derrota e mandou prender e matar os generais, muitos foram presos, mas alguns escaparam do fio da espada, estes odiavam Amom e viviam escondidos, Amom resolveu parar as batalhas e colocou um soldado de confiança como general.
Os generais renegados resolveram armar um plano contra o rei para mata-lo, invadiriam o palácio e, como conheciam tudo e todos, entrariam no palácio e matariam o rei.
No dia combinado, os generais se encontraram na floresta e partiram em direção ao palácio, onde renderam os guardas e mataram o rei, só que se tornou público que ele havia matado o rei, por isso o povo os assassinou, eles gostavam de Amom. A rainha Jedida e o general se tornaram os governantes interinos e aguardaram até Josias completar oito anos. Quando Josias completou oito anos foi coroado rei e o general voltou ao seu posto.

Na próxima semana:
Como uma criança de oito anos governará um povo e reerguerá Judá da ruína? Será que Josias seguirá os caminhos do pai na idolatria? E porque nós nos demos ao trabalho de falar de Hilquias e Jeremias?

Nenhum comentário:

Postar um comentário