sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

História da semana #33: Hospitalidade

Talvez você já tenha ouvido falar nesta história que aconteceu há algum tempo atrás, se ainda não a conhece, provavelmente já tenha ouvido falar em alguns personagens. Conta a história que durante a guerrilha em Cuba, uma família Adventista, que naquela época era uma igreja pouco conhecida no país, vivia no interior perto de algumas florestas. Moravam neste lugar afastado porque a liberdade religiosa da época não era tão grande como hoje. Era um dia normal até então, só que alguma coisa iria mudar na vida deles.
Era uma sexta feira. A mãe, com ajuda dos filhos limpava a casa para se preparar para o Sábado e iria começar a preparar o alimento quando o marido chegou cansado do trabalho no campo. Eles eram uma família humilde, mas muito fiel a Deus. Após conversarem bastante sobre os acontecimentos no país. Na hora do culto de por do sol todos se reuniram na sala e começaram a orar e louvar a Deus. Após a primeira música um dos filho alertou-os a cantar mais baixo, afinal os soldados poderiam ouvir e prendê-los ou até fazer coisa pior. Mesmo com o alerta do filho e a baixa na voz dos membros da família, alguém parece ter ouvido aquela linda melodia em louvor a Deus. Eram dois soldados revolucionários, um deles era um dos principais generais da oposição. Eles estavam fugindo de um pequeno grupo de soldados inimigos que os haviam localizado.
Os soldados da revolução se guiaram pela música, poderia ser um refúgio ou esconderijo de seus parceiros ou ao contrário, mas deveriam arriscar suas vidas para salvá-las. Quando se aproximaram notaram que era uma simples casa escondida entre as folhagens. Eles pensaram em não ir, mas ouviram os passos dos soldados inimigos e resolveram entrar. Enquanto isso na casa a família começou a ouvir os passos dos revolucionários. Ficaram quietos, mas não teve jeito a porta foi batida e o pai daquela família a atendeu. Quando viu os soldados eles logo falaram a sua situação e pediram para entrar e se esconder. Eles os aceitaram lá e continuaram o culto. O soldados se impressionaram com a música e até arriscaram alguns coros. No final do culto o pai da família explicou-os que oravam sempre a Deus pedindo proteção e outras coisas. Os soldados, mesmo não sabendo muito de religião resolveram aderir aquela ideia. Depois se sentaram a mesa e comeram aquele gostoso alimento preparado pela mãe. Há noite temendo que os inimigos tivessem ficado de tocaia a família fez algumas camas improvisadas e deixou que os soldados ficassem ali. Na manhã seguinte eles comeram e alguns outros adventistas do povoado se reuniram na casa daquela família. Eles realizaram um pequeno culto e a tarde os soldados viram  a que era seguro sair e se despediram daquela família hospitaleira. Alguns anos depois, a guerrilha acabou com a vitória dos revolucionários e muitos anos depois a liberdade religiosa havia melhorado, mas nem tanto. A Igreja Adventista havia crescido bastante e os líderes da Igreja resolveram fazer uma semana de programação especial na capital de Cuba, Havana. Eles acharam um salão pequeno, mas que poderiam pagar. O salão pertencia ao governo e lá foi o líder da Igreja falar com os governantes para alugar o salão. O líder era o filho mais novo daquela família adventista que vivia no campo e não se lembrava dos guerrilheiros, pois era muito pequeno. Ele foi ao palácio do governo e pediu o local. Foi dito a ele que entrariam em contato para dar a resposta. Aquele General guerrilheiro era agora o presidente de Cuba, Fidel Castro. Ao ver o documento de petição do salão, o presidente viu o sobrenome familiar e o nome da igreja e logo se lembrou da hospitalidade recebida anos atrás. Ele mandou chamar o líder da igreja e para a surpresa do líder, Fidel Castro disse que cederia de graça o o salão principal de Havana e financiaria todo o projeto missionário. Ao perguntar porque aquele ato o líder da igreja se surpreendeu com a resposta sobre sua família e sua igreja. Aquele ato simples e hospitaleiro de anos atrás ajudou e muito a toda a Igreja Adventista do país.

Nenhum comentário:

Postar um comentário